Numa iniciativa da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) em conjunto com o Ministério da Saúde (MS) e a Organização Pan Americana de Saúde (Opas), a partir de 1º de setembro deste ano a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros passará a sediar o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs). Montes Claros e Governador Valadares são municípios de duas macrorregiões de saúde do estado (Norte e Leste) escolhidas para sediar as primeiras unidades regionais do Cievs e servirão como modelo para a difusão da iniciativa para outras regiões de Minas Gerais. O investimento em cada unidade está estimado em R$ 1 milhão.
O Cievs tem como objetivo principal fortalecer a capacidade do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (SNVS) para identificar precoce e oportunamente emergências em saúde pública a fim de organizar a adoção de respostas adequadas que reduzam e contenham o risco à saúde da população. A escolha de Montes Claros e Governador Valadares para a implantação das primeiras unidades do Cievs no estado levou em conta a existência de atividades comerciais e de serviços bastante ativas e o fato de fazerem divisa com o Nordeste do país, recebendo por isso grande tráfego de veículos e de pessoas.
Os detalhes finais para colocação do Cievs em funcionamento em Montes Claros foram definidos no dia 4 de agosto, durante reunião na Superintendência Regional de Saúde. Participaram do encontro a superintendente regional, Dhyeime Thauanne Pereira Marques, a coordenadora de Vigilância em Saúde, Agna Soares da Silva Menezes, e a coordenadora estadual do Cievs em Minas Gerais, Eva Lídia Arcoverde.
Entre outras decisões ficou acertado que o Cievs será instalado na Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, envolvendo inicialmente a coordenadora, Agna Menezes, e as referências técnicas Maria Regina de Oliveira Moraes e Siderllany Aparecida Vieira Mendes. A partir de janeiro de 2024, a previsão é de que o Cievs passará a contar com o trabalho de mais três profissionais, sendo um médico e dois apoiadores vinculados à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
Agna Menezes explica que “o Cievs constitui um centro estratégico articulado, cujo escopo é monitorar, identificar sobre os riscos e potenciais emergências em saúde pública para viabilizar uma resposta coordenada, adequada e integrada. Funcionará 24 horas por dia, nos sete dias da semana para que possa comunicar e investigar potenciais emergências em saúde pública”
Os Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde também são responsáveis pela comunicação entre os países sobre os eventos com potencial emergência, conforme protocolo estabelecido junto à Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesse contexto, os profissionais que atuam nos Cievs são responsáveis por fortalecer a articulação entre os serviços de vigilância epidemiológica do estado e municípios, entre outros órgãos governamentais e instituições, visando desencadear investigações e respostas às emergências epidemiológicas.
A coordenadora do Cievs em Minas Gerais, Eva Arcoverde, entende que “a implantação dos Cievs em Montes Claros e Governador Valadares constituirá um importante projeto piloto que subsidiará a expansão do serviço para outras cidades estratégicas de Minas Gerais, levando em conta as peculiaridades regionais”.
Por sua vez a superintendente regional de saúde, Dhyeime Marques, avalia que “a escolha de Montes Claros para sediar um dos primeiros Cievs macrorregionais de Minas constitui uma iniciativa importante para o fortalecimento das ações do estado e do Ministério da Saúde na ampliação do apoio às secretarias municipais de saúde na vigilância epidemiológica, levando em conta as peculiaridades econômicas, sociais e de saúde da população norte-mineira”.
Expansão
Segundo o Ministério da Saúde, “nos últimos anos a ocorrência de epidemias por doenças emergentes ou reemergentes obrigou a comunidade internacional aprimorar os serviços de vigilância em saúde. Dentre os fatores que contribuíram para esta mudança estão: pressão demográfica; mudanças no comportamento social e alterações ambientais”.
Nas investigações, que têm como base o Regulamento Sanitário Internacional (RSI), a elucidação do agente responsável, fatores de risco e adoção de medidas de prevenção e controle em tempo hábil só é possível a partir da notificação imediata durante a suspeita, não sendo necessário aguardar o resultado final das análises laboratoriais.
Em todo o país, o Ministério da Saúde e a Opas pretendem expandir para 163 as unidades do Cievs. A ampliação dos centros leva em conta, entre outros atributos, municípios localizados em regiões próximas a redes de hidrovias e de portos; regiões de fronteira; distritos sanitários especiais indígenas; municípios com atividade agropecuária intensa, comércio e serviços com alta movimentação de pessoas.
Por Pedro Ricardo
