Procurando aperfeiçoar o combate às arboviroses, as referências no combate ao Aedes aegypti de 20 municípios que compõem a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Belo Horizonte finalizaram em julho uma série de reuniões técnicas e ações práticas sobre o combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. 

Referências dos municípios de Betim, Nova Lima, Ouro Preto, Ibirité, Caeté, Belo Horizonte, Juatuba, Lagoa Santa, Vespasiano, Sarzedo, Sabará, Matozinhos, Mateus Leme, Jaboticatubas, Igarapé, Brumadinho, Florestal, Pedro Leopoldo, Santa Luzia e São Joaquim de Bicas, conheceram e se aprofundaram na metodologia de combate às arboviroses chamada ovitrampas. Nesse método, armadilhas de oviposição (ato de expelir os ovos realizado por fêmeas de animais invertebrados) auxiliam no monitoramento do vetor, sendo uma importante ferramenta que detecta a presença do mosquito em diversas áreas, além de apresentar pouca demanda operacional e baixo custo.

Capacitação sobre ovitrampas - Foto: SRS-BH

De acordo com um dos supervisores de Endemias e Zoonoses de Campo da SRS-BH, Douglas Teixeira da Silva, alguns benefícios do monitoramento por ovitrampas são que o método contribui muito na organização e planejamento das ações dos agentes de combate a endemias, na eliminação dos focos e criadouros dos mosquitos antes que a infestação se amplifique no território, além de evitar o surgimento de novos casos de arboviroses. “As ovitrampas também são utilizadas para avaliar a efetividade das ações de controle realizadas pelas equipes dos municípios, por exemplo, após a realização de bloqueios com inseticidas”, disse.

A metodologia ovitrampas não substitui outros métodos de monitoramento de Aedes e sim complementa esses métodos, como por exemplo, o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti – LIRAa.  Também é necessário destacar que a agilidade do processamento de dados e da informação gerada por meio de indicadores, com um menor custo operacional e a utilização de tecnologia de baixa complexidade, tornam o método ovitrampas uma boa estratégia a ser utilizada na rotina dos programas municipais de vigilância de todo o estado. 

Alguns municípios da SRS-BH, como Caeté, Nova Lima, Contagem e Belo Horizonte, já utilizam o método e apresentaram suas experiências para as demais referências em arboviroses. 

A chefe da divisão de vigilância em saúde de Pedro Leopoldo, Cinara de Araújo, reconheceu que a metodologia ovitrampas é mais uma forma de ampliar o combate ao Aedes. “O método é uma forma dos municípios ampliarem o monitoramento e de trazer uma experiência nova para os municípios neste cenário tão desafiador em relação às arboviroses”, disse Cinara. 

Explicando a forma de uso da metodologia no município de Caeté, a médica veterinária e coordenadora das zoonoses, Maria Isabel Magalhães Fonseca, disse que há 3 anos o método é utilizado pelos agentes. “Por meio da metodologia ovitrampas percebemos que ocorreu uma diminuição do número de ovos do mosquito. A metodologia nos mostra onde devemos trabalhar e realizar o bloqueio”, explicou a coordenadora.

Informações sobre outras ações e atividades desenvolvidas pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) contra o Aedes aegypti e que podem contar, inclusive, com a ajuda da população, estão disponíveis em: https://www.saude.mg.gov.br/aedes

 

Como funciona o método ovitrampas

Em um vaso de planta preto é colocada uma quantidade de água, uma palheta de madeira, e adicionada uma substância atrativa para o mosquito, que neste ambiente coloca seus ovos. As referências em arboviroses dos municípios começam a fazer o acompanhamento desta armadilha e verificam os índices de proliferação do mosquito em determinada região.

Por Leandro Heringer