A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Divinópolis realizou, no dia 20 de julho, no auditório da Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Dona Lindu, o seminário “Epidemia de Arboviroses 2023 - Relatos de Experiências”, que teve como público-alvo os coordenadores de vigilância epidemiológica, de atenção primária e coordenadores de endemias dos 53 municípios da macrorregião de saúde Oeste.
Durante o evento, o Comitê Regional de Enfrentamento e Controle das Arboviroses da SRS Divinópolis expôs a situação epidemiológica da região e também trabalhos desenvolvidos junto aos municípios no controle das arboviroses. Além disso, os municípios de Bambuí, Campo Belo, Nova Serrana e São Gonçalo do Pará apresentaram as suas experiências de enfrentamento ao Aedes aegypti, com foco em evitar casos e óbitos pelas doenças transmitidas pelo mosquito.
O objetivo do seminário foi promover a discussão vinculada às práticas no controle das arboviroses, nos eixos vigilância epidemiológica, assistência, urgência e emergência, assistência farmacêutica, regulação, controle vetorial e comunicação social para apresentar as diferentes atuações no controle às arboviroses durante o período epidêmico de 2023, na macrorregião de saúde Oeste.
A coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da SRS Divinópolis, Ana Camila Neves Morais, observou que o intuito dessa troca de experiências entre os municípios, no que se refere à organização, estrutura e resultados no enfrentamento ao mosquito transmissor é a aprimoração das práticas vinculadas à vigilância integrada (epidemiologia e assistência).
Situação Epidemiológica
Desde março deste ano, o Estado de Minas Gerais conta com um painel temático que é atualizado semanalmente, às terças-feiras, pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. O painel divulga casos prováveis e confirmados, óbitos e incidência de dengue, chikungunya e zika no estado. A ferramenta possibilita o acesso da população a informações sobre a situação epidemiológica das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti por semana epidemiológica, macrorregião, microrregião, municípios e estado.
O painel pode ser acessado aqui.
A ferramenta colabora para que a equipe da SRS Divinópolis planeje as ações junto aos municípios. Segundo a coordenadora do Nuvepi, Ana Camila Neves Morais, o trabalho frente aos municípios é feito a partir de dados epidemiológicos analisados pelo do Comitê Regional de Enfrentamento e Controle das Arboviroses, tendo como indutor do processo a avaliação do número de casos notificados no Sistema Nacional de Agravos e Notificação (Sinan). O objetivo, como explica a coordenadora, é avaliar a execução das ações previstas no Plano Municipal de Contingência às arboviroses. “Há também uma abordagem próxima aos técnicos municipais sobre como esses estão lidando com a situação de epidemia, considerando desde o agente de combate às endemias até a gestão municipal”, destacou Ana Camila.
Para a coordenadora de endemias de Nova Serrana, Idália Carneiro de Oliveira, o município enfrenta muitos desafios em relação ao controle às arboviroses, entre eles a recusa dos moradores em receber a visita do agente de endemias. Como forma de trabalhar intersetorialmente as ações de controle do vetor, o município busca desenvolver os trabalhos em parceria com a secretaria de obras, secretaria de meio ambiente e de desenvolvimento social.
“A coordenação de endemias é convidada a participar das reuniões de matriciamento, onde são definidas as ações de assistência aos pacientes, o controle do vetor, a comunicação social, isso conforme as diretrizes do Programa Nacional de Controle ao Aedes aegypti. São abordadas orientações aos acumuladores de inservíveis, que servem como criadouro do mosquito, e como todos podem fazer para contribuir com o controle do vetor. Posteriormente, o cidadão recebe das instituições atendimentos diversos, como psiquiátrico, psicológico, fisioterapêutico, e assistência social. Temos obtido resultados positivos, com boa aceitação da população, e acompanhamento desses casos”, finalizou a coordenadora de endemias do município de Nova Serrana.
Por Willian Pacheco / Foto: Raul Santana - Fiocruz
