Começa no dia 24 de julho a Campanha de vacinação antirrábica animal 2023 na área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Teófilo Otoni (32 municípios). O objetivo é vacinar o maior número de cães e gatos no menor espaço de tempo para impedir que o vírus rábico alcance a população, interrompendo o ciclo de transmissão da doença. A campanha encerra no dia 6 de setembro.

A auxiliar administrativa Hebe Nunes Langkammer Magalhães é tutora de oito cachorros e todos os anos se compromete a levá-los para vacinar contra a raiva. Para ela, vacinar é um ato de amor. “Como diz a música, quem ama cuida e levá-los para vacinar é a certeza de que estarão imunizados e não adoecerão. Quando nos dispomos a adotar um animal precisamos estar atentos aos cuidados com a saúde deles. No meu caso, como tutora, se eles adoecem eu adoeço junto. Devemos ter sempre em mente que só retribuímos o amor que eles nos dão”, declara Hebe.

Créditos: Deborah Ramos

A referência técnica da Vigilância da Raiva Animal da SRS de Teófilo Otoni, Maryana Prates, explica que cada Unidade Regional de Saúde é responsável por estabelecer o período em que a campanha irá ocorrer na respectiva região de abrangência. “Iniciada a campanha, os municípios têm até 45 dias para vacinar os animais e alcançar a cobertura satisfatória. A raiva é uma doença grave com letalidade de aproximadamente cem por cento dos casos e a única forma de interromper o ciclo urbano de transmissão é por meio da vacina humana e animal, soro antirrábico humano e bloqueios focais”, pontua Maryana.

A população deve ficar atenta ao calendário e aos postos de vacinação estabelecidos pelas secretarias municipais de saúde. A vacina antirrábica animal é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Reunião de alinhamento

Com o objetivo de repassar orientações sobre a Campanha antirrábica animal 2023, a SRS de Teófilo Otoni realizou na quinta-feira, 6/7, no auditório da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, uma reunião de alinhamento técnico com enfermeiros e Agentes de Endemias dos 32 municípios pertencentes à área de abrangência da unidade regional.

Foi apresentado o cenário epidemiológico da raiva no Brasil, em Minas Gerais e na área de abrangência da SRS de Teófilo Otoni. Em 2022, foram registrados quatro casos, envolvendo crianças indígenas da etnia Maxakali, na zona rural do município de Bertópolis. Já este ano, um caso humano foi confirmado. Dessa vez, envolvendo um produtor rural criador de bovinos, no município de Mantena.

Com relação aos casos de raiva em animais, Maryana Prates informou que em 2023, na área de abrangência da SRS de Teófilo Otoni foi registrado um caso de bovino positivo. “Na ocasião, foi realizado bloqueio do foco e prestado atendimento aos indivíduos expostos”, pontuou Maryana.

Outro assunto também tratado durante a reunião foi sobre a profilaxia (tratamento) antirrábica humana. A enfermeira e coordenadora do núcleo de Vigilância Epidemiológica, Andrea Uzel, explicou que a profilaxia pode ocorrer de duas formas, pré e pós exposição ao vírus da raiva. Sendo a pré exposição indicada para as pessoas com risco de exposição permanente, como por exemplo, os agentes de saúde que trabalham com a vacinação, médicos veterinários, profissionais que atuam diretamente na captura de morcegos, entre outros. “Essas pessoas devem se vacinar contra a raiva, com as duas doses indicadas, respeitando o intervalo de sete dias entre uma dose e outra”, enfatizou Andrea.

Sobre a profilaxia pós exposição, a enfermeira explicou que é indicada a aplicação do soro e da vacina, nos casos de acidentes com animais silvestres, animais de produção e morcegos. Nas ocorrências de acidentes envolvendo cães e gatos é orientado a observação do animal por dez dias. Caso o animal apresente sinais de raiva ou venha a óbito antes do período de dez dias, é indicado o tratamento da pessoa acidentada.

A transmissão do vírus rábico ocorre por meio da mordedura, arranhadura ou lambedura de um animal infectado. Em casos de acidentes, a orientação é realizar a limpeza do ferimento com água e sabão e imediatamente acionar o serviço de saúde para que seja avaliada a extensão, a profundidade, o número de lesões, o local da mordedura e o tipo do animal agressor; fatores que, segundo Andrea, irão definir o tratamento adequado para o paciente.

Por Déborah Ramos