Para difundir a Vigilância e notificação de doença de Chagas crônica, que passará a ser realizada no sistema E-SUS Notifica, conforme orientação do Ministério da Saúde, a Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá realizou uma capacitação para os 31 municípios sob sua área de atuação, no dia 30 de maio. Por meio de videoconferência, foram explicados às referências técnicas, a proposta de trabalho de campo para o controle da doença de Chagas, a definição de caso, informações sobre o sistema informatizado de notificação e tipos de entrada  de casos no sistema. Participaram também os coordenadores de Epidemiologia, de Vigilância em Saúde, e de Zoonoses.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Resolução SES/MG Nº 6.532/2018, acrescentou a doença de Chagas crônica à lista de doenças e agravos de interesse estadual, dada sua prevalência importante, tornando sua notificação obrigatória. Desde então, as notificações da forma crônica estão sendo realizadas por meio da ficha de Notificação/Conclusão, utilizando o Sinan (Sistema Nacional de Agravos de Notificação). 

Porém, desde o dia 1º de maio de 2023, as notificações passaram a ser realizadas exclusivamente pelo sistema E-SUS Notifica. "Enfatizamos que essa novidade de migração de sistema é válida apenas para casos de crônicos. Portanto, para a forma aguda, a notificação permanece inalterada, devendo continuar a ser realizada via SINAN-NET”, alertou Fábio Ribas, coordenador de Vigilância em Saúde da GRS Ubá, completando que, para acessar o E-SUS Notifica, é necessário que o profissional de saúde faça o cadastro no site https://notifica.saude.gov.br/login.

Ribas também destacou que os usuários do sistema devem assinar termo de responsabilidade próprio, uma vez que dá acesso a dados pessoais protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018). Justificou, ainda, a necessidade de participação de referências técnicas de todos os municípios na capacitação, mesmo aqueles onde não há casos notificados, uma vez que há possibilidade de um paciente com a doença mudar de localidade, devendo ter a continuidade de seu acompanhamento garantida.

Foto: Arquivo Ministério da Saúde

Hélcio Cruz, referência técnica regional de arboviroses, participou da capacitação e destacou que a GRS Ubá apresenta baixo risco de infestação para transmissão da doença de Chagas. Ele apresentou a caracterização de casos agudos e crônicos da doença de Chagas e os contextos de risco e vulnerabilidade para a suspeição, tais como: ter residido ou residir em área com relato de presença de vetor transmissor da doença (barbeiro); ter residido ou residir em habitação onde possa ter ocorrido o convívio com vetor transmissor; residir ou ser procedente de área com registro de transmissão ativa de Trypanosoma cruzi ou com histórico epidemiológico sugestivo da ocorrência da transmissão da doença; ter realizado transfusão de sangue ou hemocomponentes; ter familiares ou pessoas do convívio habitual que tenham diagnóstico de doença de Chagas, em especial mães e/ou irmão(s) com infecção comprovada. 

“Chagas é uma das doenças mais negligenciadas, que são aquelas causadas por agentes infecciosos ou parasitas e são consideradas endêmicas em populações de baixa renda, e por isso mesmo, recebe poucos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos. Então, estamos buscando despertar as equipes para identificar e notificar esse agravo, ainda que nossa região registre uma baixa incidência, porque a pessoa acometida perde muita qualidade de vida, e pode ter setores de seu organismo comprometidos, especialmente o coração e o aparelho digestivo”, disse Hélcio Cruz. Além disso, reforçou como os encontros, mesmo voltados para os sistemas de informação, foram produtivos para despertar a necessidade de ações de educação em saúde e busca ativa para prevenir e identificar casos da doença.

Por Keila lima