Um modelo de saúde que altere a lógica do modelo assistencial de atendimento emergencial ao paciente e permita às famílias terem  atenção adequada de doenças e agravos no ambiente em que vivem com foco na promoção e prevenção à saúde. Este é o objetivo primordial das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF). 

 Saúde em rede /Crédito: Willian Pacheco

Somente na macrorregião de Saúde Oeste são 393 ESF  presentes nos 53 municípios para cuidar de 1,3 milhão de pessoas, uma cobertura de mais de 85% na *atenção primária. 

Em 2019, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG)  lançou o projeto Estratégico Saúde em Rede com o objetivo de organizar a forma de trabalho das equipes de saúde e, dessaforma,  melhorar a integração entre atenção primária, atenção especializada e hospitalar. Nascido com o entendimento que o cidadão tem direito ao acesso e serviço de qualidade, o Saúde em Rede busca criar uma rede de atenção  à saúde focada nas necessidades dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Hoje, são 851  municípios mineiros que fazem parte deste processo de educação permanente. Já foram investidos mais de R$100 milhões para que as equipes de atenção primária municipais pudessem estruturar os processos de trabalhos. Na macrorregião de saúde Oeste, houve 100% de adesão dos municípios, sendo que 13 participaram da segunda onda,  entre 2021 e 2022 (veja Deliberação Nº 3608), e outros 40 começaram o processo formativo  em 2023 (veja Resolução Nº 8369), totalizando quase  R$5 milhões de investimento na região para estruturação da atenção primária.

Consulte os valores de cada município na planilha abaixo.

Valores repassados aos municípios

A Analista Central do projeto Saúde em Rede da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Adriana de Cássia Tiago Ferreira, explica que o projeto é um processo de educação permanente baseado em diretrizes clínicas, de acordo com o modelo de atenção às condições crônicas. Ou seja, o projeto reúne um conjunto de ações educacionais com foco no desenvolvimento de competências, qualificando os processos assistenciais tanto da atenção primária quanto ambulatorial especializada.

“O objetivo do Saúde em Rede é melhorar os processos de trabalho na rede de atenção à saúde, além de potencializar a interlocução entre atenção primária e o atendimento  ambulatorial especializado.  E promover a (re)organização dos processos de trabalho com foco nas necessidades do usuário, atingindo o paciente como um todo”,  destacou a Analista Central.

FAZENDO A DIFERENÇA

O coordenador da Atenção Primária à Saúde (APS) do município de Carmo do Cajuru, João Marcos Alves Melo, destacou que o projeto Saúde em Rede trouxe estímulo a cada oficina, pois permitiu  pensar na melhoria dos processos de trabalho, contribuindo para qualidade da assistência.  Segundo o coordenador, o município que participou da segunda onda, foi impactado  de várias maneiras. Uma delas, como aponta, foi o apoio na confecção de um instrumento para auditoria das unidades de saúde,  com foco nos micros e macros processos. 

Ele conta que se baseou no projeto para atualizar o protocolo de acolhimento, pré-natal e amparo para as políticas de equidades, como preocupação especial às pessoas em situação de rua.  Segundo o coordenador da APS, ter uma  uma atenção primária fortalecida permite que  as redes de atenção à saúde e intersetorial funcionem bem, por meio do cuidado integral e longitudinal. 

“O projeto veio para implantar a ideia básica de uma APS fortalecida no acompanhamento do paciente onde quer que ele esteja, independente do setor ou nível de atenção”, salientou o coordenador da APS de Carmo do Cajuru.

Esse acolhimento tem feito a diferença para a gestante de 11 semanas de Carmo do Cajuru, Bianca Aparecida Gastriquine Silva. Ela faz acompanhamento  de pré-natal na ESF Nossa Senhora do Carmo e tem gostado da acolhida e do atendimento dos profissionais. 

“O atendimento pelo SUS é muito bom. As enfermeiras do acompanhamento são muito atenciosas, sempre esclarecendo dúvidas da gente, com maior cuidado, e carinho. Eu tenho gostado do acompanhamento de pré-natal pelo SUS”, relata a gestante Bianca.

CONTINUIDADE E MELHORIAS

A SES-MG, na terceira onda do projeto, tem investido no fomento de serviços que atendem a média e alta complexidade, com prioridades para: Pré-Natal de Alto Risco, Criança de Alto Risco, Propedêutica do Câncer de Útero, Propedêutica do Câncer de Mama, Diabéticos e Hipertensos. Na macrorregião de saúde Oeste, os quatro serviços de atendimento especializado recém contemplados são: Bom Despacho, Formiga, Itaúna e  Pará de Minas, que   receberão quase R$4 milhões de investimento estadual anual (veja a deliberação 3993). Em Minas Gerais, serão mais de R$107 milhões de recursos nos ambulatórios especializados.  

“Nós vamos fazer melhorias nos processos de trabalho e no aumento dos serviços; para que assim,   o usuário  tenha  um acesso mais favorável  ao atendimento a estas linhas de cuidado”, acrescentou Adriana.

Para a Analista Regional do projeto na Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis, Ana Cláudia Silva, o Saúde em Rede impacta  diretamente a população porque proporciona uma atenção à saúde alinhada com os princípios e diretrizes do SUS.  É uma forma, segundo ela, de fortalecer a educação permanente para que a Atenção Primária à Saúde (APS) seja, realmente, ordenadora e cuidadora da rede e tenha como foco o usuário.

“Por ser a porta de entrada dos usuários no sistema de saúde e atender todos os ciclos de vida e condições de saúde, a APS enfrenta sobrecarga de demandas o que, muitas vezes, impacta negativamente no planejamento, execução, monitoramento e correção dos processos. O Projeto traz aos profissionais da APS essa oportunidade de reflexão e troca de experiências para que retornem às suas unidades instrumentalizados para promover mudanças positivas no ambiente de trabalho”, finaliza Ana Cláudia.

* (Dados podem ser consultados em https://egestorab.saude.gov.br/paginas/acessoPublico/relatorios/relatoriosPublicos.xhtml)

 

 

 

Por Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais