"A estratégia é a arte e o domínio do conhecimento que teoricamente permite alcançar a vitória, nomeadamente em situações de guerra", segundo a definição do escritor José Pedro Teixeira Fernandes. Para a guerra contra a dengue, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Juiz de Fora, por meio do Comitê de Arboviroses, avançou um pouco mais no cerco ao inimigo. Na quarta-feira, 26 de abril, foi realizada a terceira oficina "Manejo Clínico e Vigilância Laboratorial da Dengue”, voltada aos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS). Médicos, enfermeiros e referências técnicas da área de APS dos 37 municípios que compõem a Regional receberam conteúdo e instruções para qualificar o atendimento efetivo de casos suspeitos e confirmados de arboviroses.
A programação foi aberta com Joana Dar'c Zanelli, referência técnica do Núcleo de Atenção à Saúde, com interface nas ações de Vigilância em Saúde. Zanelli apresentou o tema "Atuação das Equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) para Evitar Agravamento do Cenário de Dengue". A referência começou descrevendo a motivação de focar na APS. "A gente quer uma APS dentro do ideal para o qual ela foi criada. O objetivo da Atenção Primária é cuidar das pessoas, assegurando que tenham a assistência necessária", destacou Zanelli.
A oficina contou com a participação da médica infectologista Cristiane Marcos Soares Dias Ferreira, que ministrou palestra sobre "Importância do Manejo Clínico da Dengue à luz da Infectologia". Durante a explanação, ela trouxe exemplos de casos clínicos, com procedimentos a serem tomados em cada tipo de situação. Além disso, trouxe a importância do entrosamento de áreas estratégicas de atuação. "A integração da Unidade de Urgência com a Atenção Primária é muito importante em situações de epidemia de dengue, principalmente em relação aos casos em risco social. A Equipe de Saúde da Família pode acompanhar e monitorar alguns casos mais atentamente, o que permite a identificação precoce de sinais de alarme", salientou a infectologista.
Dando continuidade às apresentações, o médico da Coordenação de Atenção à Saúde (CAS), Rogério Antônio Bellei, expôs o tema "Roteiro para Diagnóstico Clínico-Laboratorial e Triagem para Dengue", que tem como objetivo "facilitar e agilizar o atendimento das Unidades de Saúde", como definiu o médico.
Para encerrar a programação da oficina, Liliane de Souza Vieira, farmacêutica-bioquímica do laboratório macrorregional de Juiz de Fora, explicou os objetivos da vigilância laboratorial, que são: confirmar casos suspeitos; viabilizar ações da Vigilância Epidemiológica; diferenciar patologias; detectar a circulação viral em áreas novas; e caracterizar sorotipos circulantes. "A partir dos exames confirmados é que começamos a implementar as ações em que a vigilância epidemiológica pode atuar de maneira assertiva", destacou Liliane.
Situação da dengue preocupa
Segundo o último boletim epidemiológico de arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), três municípios da SRS Juiz de Fora encontram-se em situação preocupante, com alta de notificações de dengue. Ainda no mês de abril, a superintendência antecipou a Força-Tarefa Estadual no município de São João Nepomuceno, numa ação conjunta com os agentes municipais de endemias, para buscar conter o avanço da doença.
Procedimento no atendimento de Urgência e Emergência à dengue
A Coordenação Estadual de Atenção às Urgências e Emergências produziu uma nota técnica com as seguintes considerações: os pontos de atenção da Rede de Urgência e Emergência (RUE) devem garantir o atendimento com abordagem diferenciada para pacientes com dengue, chikungunya e zika, ou contar com dispositivos que garantam tempos mínimos de espera, hidratação imediata e vigilância constante pré e pós-atendimento pela enfermagem e/ou médico.
A Rede de Urgência e Emergência no Estado de Minas Gerais dispõe dos seguintes pontos de atenção:
Unidades de Pronto Atendimento – UPA 24h;
Pronto Atendimento Municipal;
Portas de Urgência e Emergência Hospitalares.
Por Jonathas Mendes
