Algumas atividades realizadas pelos Agentes de Combate a Endemias (ACE) podem expor os profissionais a riscos de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Contemplando este público, a Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá, realizou uma palestra sobre “Medidas de Proteção à Saúde dos Agentes de Combate a Endemias", no dia 11 de abril, em Ervália. As orientações abordaram as condutas de proteção, preconizadas pelo Ministério da Saúde, demonstradas em situações cotidianas vividas pelos ACE para que sejam observadas durante a realização do trabalho de campo.

Essa ação foi idealizada dentro do Plano de Ações da Vigilância da Saúde da População Exposta a Agrotóxicos. O município de Ervália foi escolhido por pertencer a uma região produtora de café e ponto de atenção pela alta comercialização de produtos químicos sintéticos, usados no manejo de doenças provocadas por insetos e controle do crescimento da vegetação. 

“Temos uma série de ações sob essa ótica que levamos para Ervália, e escolhemos primeiro falar sobre os larvicidas e adulticidas utilizados no controle de vetores como o Aedes Aegypt, mosquito transmissor de arboviroses como a dengue. Isso porque as cidades da nossa Regional estão com um quadro epidemiológico ascendente para notificação de casos suspeitos, e os ACE são os profissionais que estão na ponta desse enfrentamento, utilizando insumos estratégicos para controle vetorial, sendo essencial, também, fortalecermos a segurança da saúde dessas pessoas”, explicou Luciane Zanoti, referência técnica em Doenças e Agravos Não Transmissíveis da GRS Ubá.

Foto: Divulgação Secretaria Municipal de Saúde de Ervália

A explanação abordou as situações de risco identificadas no processo de trabalho dos ACEs e doenças relacionadas ao trabalho, que envolvem risco químico, físico, biológico e outros, finalizando com as medidas de proteção à saúde.

“Os ACEs, durante a execução de suas atividades, podem estar expostos a raios solares, calor, frio e umidade. Podem também estar expostos a ruídos, devido a emissão sonora dos equipamentos costais, nebulizadores portáteis e nebulizadores pesados, utilizados no controle vetorial. Tudo isso se falarmos apenas dos riscos físicos a que estão sujeitos”, contou a referência técnica em Endemias da GRS Ubá, Hélcio Carlos Gonçalves Cruz, responsável pela palestra. 

Além dos temas já relatados, foi feita a sugestão de condições e organização do processo de trabalho que favoreçam a segurança dos ACEs, contemplando inclusive o serviço dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que também participaram da reunião.  

“É primordial que os ACEs e os ACSs estejam orientados corretamente sobre os Equipamentos de Proteção Individual e procedimentos seguros. A apresentação contemplou, especialmente, as observações que tenho feito ao longo dos anos de atuação na área de epidemiologia. Assim, conseguimos especificar situações que são recorrentes em nossa regional, recomendando medidas adequadas à realidade que os ACEs enfrentam cotidianamente”, finalizou Hélcio.

 

Por Keila lima