Há um mês, o Triângulo Mineiro e Noroeste de Minas iniciaram a aplicação da vacina bivalente contra a covid, que protege contra novas variantes do vírus. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) já repassou aproximadamente 255.633 doses para as 87 Secretarias Municipais de Saúde da região e, há uma semana, vem recomendando que as cidades avancem nas fases da campanha. Com a orientação, os municípios que possuem estoque de imunizantes, podem seguir o esquema nas demais fases.

Drive true bivalente em Monte Carmelo / Divulgação

Thaís Barbosa, referência técnica em Imunização da Superintendência Regional de Saúde de Uberaba, explica que a vacina bivalente protege contra a variante Ômicron, responsável pela maior parte dos casos de covid nos últimos tempos, além das demais cepas do vírus. Ela faz um chamado “para que a população dos grupos prioritários procurem as Unidades de Saúde de seu município para se imunizar, se preparando para a chegada do outono, quando a circulação de outros vírus respiratórios aumenta. Além disso, daqui a pouco teremos também a vacinação contra Influenza disponível pelo SUS”. 

Sentimentos de emoção e alívio são relatados principalmente para o público contemplado na primeira fase da vacinação. O médico de Ituiutaba, Ricardo Duarte, que tem 51 anos de atuação na área, foi uma das pessoas acima de 70 anos que buscou a proteção e reforçou que a vacina evita complicações e óbitos pela doença. 

Infográfico - Clara Facchin Fonseca

“Tomei todas as doses, inclusive da bivalente, e não tive efeito colateral em nenhuma delas, me senti muito bem. Acho importante vacinar o número máximo de pessoas para controlar a circulação do vírus SARS-CoV-2, que é extremamente mortal, como também traz sequelas. Vacinar faz parte do controle que a ciência trouxe para a medicina: fazer uma vacina eficiente num curto espaço de tempo. Aconselho todos a tomarem a vacina, principalmente aqueles que têm maior risco”, pontuou o médico. 

Estratégias

Drive thru, esta foi a principal estratégia adotada em Monte Carmelo para vacinar o público contemplado na fase 1. Até o momento, foram dois dias de mobilização para a aplicação da bivalente. No espaço cultural, que tem uma localização de fácil acesso, foram montadas tendas para receber o público que chegava. A estrutura foi pensada para humanizar o atendimento.

“Os agentes comunitários de saúde fazem o acolhimento e a primeira triagem do cartão de vacina e a documentação, e os técnicos de enfermagem conferem se está tudo certo e fazem a administração da vacina”, explicou a coordenadora municipal da Atenção Primária de Monte Carmelo, Glayce Camargo Flores da Cunha Fernandes.

As equipes de saúde também já foram às Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI) para vacinar os internos e funcionários. 

“Estamos priorizando o público da primeira fase e iniciando a segunda. Com a chegada de mais doses nesta semana, faremos um novo drive true dia 04 de abril para idosos acima de 60 anos. Em seguida, vamos disponibilizar a vacina para as Unidades de Saúde fazer a aplicação nos idosos acamados de suas respectivas áreas. E assim, vamos avançando na vacinação dos demais grupos”, finalizou Fernandes.

Em Matutina, no Noroeste, a Secretaria Municipal de Saúde utilizou de ferramentas digitais para publicizar a informação, combater fake news e também reforçar a importância de estar com as vacinas em dia. Segundo Elis Maria de Oliveira, referência técnica municipal em imunização “o pilar do sucesso nas campanhas de vacinação para evitar o desperdício de doses, se deve ao comprometimento e trabalho em equipe entre agentes comunitários de saúde, técnicos de enfermagem e enfermeiras, que disseminam constantemente informações corretas e realizam busca ativa do público alvo”. 

Quando e quem deve se vacinar

Para receber a vacina bivalente, é preciso ter tomado ao menos duas doses de vacina monovalente e respeitar um prazo mínimo de quatro meses desde a última dose recebida. Tanto as vacinas monovalentes, quanto as bivalentes, têm segurança comprovada e são igualmente eficazes na proteção contra o coronavírus.

  • Fase 1: pessoas com 70 anos ou mais; pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILP) a partir de 12 anos, abrigados e os trabalhadores dessas instituições; imunocomprometidos; comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas.

  • Fase 2: pessoas de 60 a 69 anos de idade.

  • Fase 3: gestantes e puérperas.

  • Fase 4: trabalhadores da saúde.

  • Fase 5: pessoas com deficiência permanente.

 

 

 

 

Por Por Lilian Cunha, Otalino Rodrigues, Pedro Lucas e Sara Braga