Visando comunicar os municípios da área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova sobre a recomendação do Ministério da Saúde (MS) acerca da aplicação das vacinas covid-19 bivalentes a todos os contemplados nos grupos prioritários, o setor de Imunização do Núcleo de Vigilância Epidemiologia (Nuvepi) convocou, em 24/3, coordenadores e responsáveis pelas salas de vacina do território.

De acordo com o Ofício Circular n° 50/2023/SVSA/MS, desde o dia 27/02/2023 foi dado início à vacinação de reforço com a vacina bivalente, de forma escalonada, a grupos específicos mais vulneráveis para a evolução de desfechos graves. No entanto, considerando a entrega oportuna dos imunobiológicos e a capacidade operacional de distribuição das doses, recomenda-se que, a partir de agora, a aplicação da vacina seja estendida a todo público preconizado, sem necessidade de escalonamento.

Créditos: Tarsis Murad

Conforme reforçado pela referência técnica em Imunização da SRS, Thiany Silva Oliveira, fazem parte dos grupos prioritários: idosos de 60 anos ou mais de idade; pessoas vivendo em instituições de longa permanência a partir de 12 anos e seus trabalhadores; pessoas imunocomprometidas a partir de 12 anos de idade; indígenas, ribeirinhos e quilombolas (a partir de 12 anos de idade); gestantes e puérperas; trabalhadores da saúde; pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos de idade); População Privada de Liberdade e Adolescentes em Medidas Socioeducativas; e, funcionários do Sistema de Privação de Liberdade. “Por isso, reunimos os nossos municípios para que seja realizada uma maior divulgação e mobilização incentivando as pessoas buscarem as salas de vacina para se protegerem”, pontuou. Ela observou, ainda, que cabe aos municípios a execução da campanha vacinal e que outras estratégias podem ser empreendidas, conforme necessidades locais.

Povos tradicionais
Thiany prosseguiu dizendo sobre a importância de garantir acesso e reconhecimento aos povos tradicionais do território, uma vez que quilombolas, ribeirinhos e indígenas integram o público prioritário para a vacinação contra a covid-19. “É imprescindível que as equipes de epidemiologia/imunização municipais estejam integradas à Atenção Primária à Saúde (APS), no sentido de identificar essas pessoas. Mas o processo vai muito além da garantia do direito à vacinação em si. Ele passa pelo reconhecimento desse público e a sua inserção nas políticas sociais e de saúde”, reforçou.

A coordenadora da Coordenação de Atenção à Saúde (CAS) da SRS, Saskia Maria de Albuquerque Drumond, relatou que o contato com associações e sociedade civil organizada tem sido constante, a fim de promover o resgate dessas populações. “É um movimento de valorizar e redescobrir o território. Podemos fazer isso qualificando nosso cadastro, o que representa uma forma de cuidado e de aproximação. Com a imunização contra a covid-19, temos uma nova oportunidade de troca e estreitamento de relações. É fundamental que esses povos sejam pensados em todas as ações de prevenção e promoção à saúde”, enfatizou.

Como exemplo dessas populações tradicionais, Saskia citou as várias comunidades remanescentes de quilombos identificadas no início do processo vacinal, em 2021, possibilitando uma vacinação mais equânime. “Agora, estamos em um momento de direcionar nossos esforços à população remanescente da etnia indígena Puri, característica da região Zona da Mata”, finalizou.

Por Tarsis Murad