Parece contraditório, mas não é! Existem doenças que mesmo tendo uma tendência maior de acontecer em determinada época do ano, exigem ações preventivas permanentes, tanto dos poderes públicos quanto da sociedade, como são os casos das arboviroses, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (dengue, chikungunya e zika).

Entre os meses de dezembro e maio, observa-se um aumento de casos suspeitos dessas doenças em todo estado de Minas Gerais. As chuvas frequentes nesse período aumentam a disponibilidade de locais que possam acumular água, proporcionando o ambiente favorável para que as fêmeas do mosquito depositem seus ovos (que precisam do ambiente aquático para eclodir e se desenvolver para os estágios de larva, pupa e, finalmente, mosquito). Os esforços para eliminar os criadouros potenciais do mosquito devem ser constantes, colaborando assim com a diminuição das epidemias de dengue e das demais arboviroses.

A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Teófilo Otoni conta com o Comitê Regional de Enfrentamento das Arboviroses (CREA), formado por uma equipe técnica que monitora o cenário epidemiológico e assistencial, discute as ações a serem implementadas e realiza intervenções com os municípios que apresentam alta incidência considerando as quatro últimas semanas epidemiológicas.

Para auxiliar os municípios no enfrentamento das arboviroses, a SRS de Teófilo Otoni realizou uma oficina para orientar sobre a elaboração dos Planos Municipais de Contingência das Arboviroses 2022/2023. “O objetivo dessa ação foi orientar o planejamento, organização, padronização e desenvolvimento das ações e serviços em saúde, gerando respostas rápidas e efetivas no controle e prevenção das arboviroses em toda a região”, afirma a referência técnica das arboviroses da SRS de Teófilo, Rosiane Pessoa Teixeira.

Créditos: Equipe do setor de endemias da SRS de Teófilo Otoni

Outra ação importante é a visita dos supervisores de endemias da SRS de Teófilo Otoni nos municípios com alta incidência de casos suspeitos de arboviroses para orientar e executar o manejo ambiental, juntamente com os agentes municipais de combate às endemias no controle dos casos de dengue. A Regional também monitora os indicadores do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRA) na região e mantém alinhamento técnico com as equipes municipais sobre a vigilância das arboviroses, além de alertá-los sobre o aumento de casos e orientá-los sobre os exames laboratoriais para o diagnóstico das arboviroses.

Engajamento

Além das ações implementadas pelos poderes públicos, o engajamento da sociedade, por meio de ações individuais e coletivas, como manter os quintais limpos, não manter água parada, eliminar potenciais criadouros do mosquito, é essencial para controlar o avanço das arboviroses e melhorar o cenário epidemiológico dessas doenças. “A participação de cada um é essencial ao todo”, pontua Rosiane.

Por Déborah Ramos Goecking