“Eu vejo como uma contribuição muito grande para um serviço mais rápido e de qualidade, com mais inserção dos municípios para tratar tanto de processos de vigilância em saúde quanto do trabalho do Laboratório de Entomologia".

A fala do coordenador de endemias e laboratorista do município de Cláudio, Magno da Silva Gonçalves, se refere à reestruturação da Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública de Minas Gerais (RELSP). Atualmente, a Macrorregião Oeste conta com 5 laboratórios microrregionais de entomologia. O município de Cláudio foi contemplado como Centro Colaborador de tipologia C (Laboratório de entomologia) com a finalidade de apoiar a gestão da Rede de Laboratórios na macrorregião.

Diante dessa nova realidade, e com o objetivo de monitorar a descentralização e regionalização das ações de Vigilância Laboratorial para Doença de Chagas e Arboviroses, ocorreu, na última terça-feira, 14/02, no auditório da Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis (SRS-Div) um encontro com as referências dos laboratórios dos municípios de Itatiaiuçu, Campo Belo, Cláudio, Carmópolis de Minas e Formiga. Também participaram técnicos da Regional, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Fundação Ezequiel Dias (Funed) e Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz).

Créditos: Willian Pacheco

A Coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI) da SRS Divinópolis, Ana Camila Neves Morais, ressaltou que o foco dos laboratórios da região tem sido no controle da doença de Chagas e recentemente no controle de qualidade larvária do programa do Controle da dengue. Ela explicou que a criação dessa rede laboratorial nas regiões de saúde impactam diretamente a população, pois agiliza os resultados dos exames, e também torna possível que os laboratórios identifiquem os locais que precisam de um ação de controle químico da unidade domiciliar e sorologia de moradores, quando se encontra um barbeiro. “ Da mesma forma, nas arboviroses, quando temos este controle de qualidade é possível identificar se a equipe de saúde precisa de uma capacitação, uma reciclagem, identificando também os locais que precisam de um maior cuidado para evitar uma epidemia”, pontuou a Coordenadora do NUVEPI.

Um produto que tem contribuído para os Grupos de Trabalho(GT) de Chagas e de Arboviroses para subsidiar as ações da equipe junto aos laboratórios são os painéis de monitoramento, que oferecem informações de controle entomológico e de casos. O gestor da informação do Laboratório de Entomologia da SRS-Div, Marcelo Henrique Guimarães Bueno ressalta que esses painéis, a princípio, são apenas para utilização interna para as reuniões dos GT de Chagas e de Arboviroses. “Eles são utilizados na tomada de decisão bem como na definição de quais ações serão desenvolvidas pelos GTs junto aos municípios e laboratórios microrregionais”, frisou a referência.

Hoje, o Estado dispõe de recursos para o repasse de incentivo financeiro e de investimento para fomentar as adequações necessárias para Centros Colaboradores (CC). Os laboratórios microrregionais deverão garantir a qualidade dos exames realizados, além de se submeterem à supervisão técnica do Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen-MG). A coordenadora estadual de Laboratórios de Pesquisa e Vigilância, Jaqueline Silva de Oliveira, explicou que os laboratórios serão acompanhados e monitorados durante a implantação dos serviços.

“Entre os indicadores avaliados estão os que acompanham o prazo de liberação dos exames. Os exames devem ter os laudos liberados em até 72 horas desde a entrega da amostra no laboratório. Também será monitorado a qualificação dos laboratoristas, e a realização de, no mínimo, 2 ações educacionais com profissionais da Vigilância em Saúde e Atenção Primária à Saúde dos municípios de abrangência ao longo do ano anterior ao monitoramento ", destacou a coordenadora.

Para o laboratorista do município de Formiga, André Luciano Paixão, o maior desafio é garantir que todos os municípios atendam os fluxos e procedimentos acordados para que o serviço tenha um bom funcionamento e alcance os resultados esperados com a descentralização.

“É muito importante essa descentralização dos laboratórios paras as micros porque além de complementar os trabalhos de campo essa ferramenta irá deixar os municípios mais próximos dos resultados das análises, além de servir como base para trabalhos em áreas específicas e direcionar ações mais rápidas para a localidade onde foi encontrado a espécie", comentou ele.

Por Willian Pacheco