Na quarta-feira, 15 de fevereiro, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia promoveu uma oficina para os técnicos municipais da Atenção Primária, para discutir a Resolução SES/MG nº 8375/2022. A legislação foi criada para a qualificação do acesso da população de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgênero (LGBT) ao Sistema Único de Saúde (SUS). A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) está aportando um incremento financeiro na ordem de R$ 200 mil para a região.

A referência técnica regional da Coordenadoria de Atenção à Saúde, Bruna Betiatti, organizou a reunião para orientar os municípios na elaboração do acesso à Atenção Integral à Saúde; ações de Promoção e Vigilância em Saúde; educação permanente e educação popular em saúde; mobilização, articulação, participação e controle social; além de monitoramento e avaliação das ações de saúde. “O plano operativo deve ser elaborado com participação de representantes da sociedade civil organizada, as ações devem ser de acordo com a realidade do território e o recurso financeiro pode ser executado em até cinco anos”, disse Bruna.

Oficina Plano LGBT - Foto: Clara Fonseca

A psicóloga clínica do Programa de Saúde da Família de Araporã, Thaís Ferreira Tavares, falou sobre a importância de se abordar questões sobre gênero e sexualidade abertamente. “Se nós quisermos criar uma política pública sobre este tema, essa reflexão tem que começar dentro de nós”, disse a psicóloga. Ela também explicou que este tabu atrapalha a educação sexual de jovens e adolescentes.

O município de Nova Ponte apresentou o trabalho que foi desenvolvido referente à implantação das políticas de promoção da equidade em saúde, indicador da Política Estadual de Promoção à Saúde (POEPS). O indicador da POEPS vai ao encontro do objetivo do plano operativo. “Realizamos uma roda de conversa virtual no final do ano passado, em que participaram mais de 30 pessoas. O bate papo foi muito produtivo e conseguimos, a partir das contribuições, levantar os pontos prioritários da comunidade LGBT.  A principal reivindicação foi a capacitação dos profissionais de saúde quanto à ética e acolhimento humanizado.”, disse Zaqueu Mendonça, coordenador da Atenção Primária de Nova Ponte.

Vilmondes Gonçalves da Silva Rodrigues, coordenador da Atenção Primária do município de Prata, reforçou a importância de participar das reuniões regionais para a troca de experiências e a orientação para a elaboração do plano localmente. “A proposta é que a falta de informação perca espaço, pois as questões precisam ser discutidas, perpassando as equipes, e consequentemente melhorando o atendimento”.

Por Clara Fonseca (estagiária sob supervisão)