Aliado ao repasse de recursos superiores a R$ 7,2 milhões, realizados em 2021 e 2022 pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), contemplando 86 municípios da macrorregião de Saúde Norte para o custeio de ações de enfrentamento das arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre amarela), nesta semana a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros está intensificando os trabalhos de supervisão e acompanhamento de localidades que apresentam alto índice de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. 

Até sexta-feira, 17 de fevereiro, referências técnicas das coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Vigilância em Saúde realizarão trabalhos de supervisão em Coração de Jesus, Janaúba e Nova Porteirinha. Além disso, com a utilização de estoque de inseticida que o município já possuía, técnicos da SRS estão em Gameleiras realizando a eliminação de Aedes aegypti com utilização de equipamento de Ultra Baixo Volume (UBV).

Desde o segundo semestre do ano passado, a SRS Montes Claros vem realizando visitas técnicas para acompanhamento dos trabalhos executados por municípios que nos últimos anos tem apresentado altos índices de infestação do Aedes aegypti. Entre outros problemas detectados está a falta de profissionais em quantidade suficiente para realizar o controle da proliferação de focos do Aedes aegypti; falta de equipamentos e de gestão integrada de ações, envolvendo os serviços de controle de endemias e de atenção primária à saúde.

“A aplicação de inseticida para eliminação de mosquitos adultos é a última medida que deve ser adotada para o controle de focos do Aedes aegypti. Pelo fato de poluir o meio ambiente, a aplicação de inseticida só deve ocorrer quando os municípios perdem o controle da proliferação do mosquito, trabalho que precisa ser feito de forma contínua, durante todo o ano e não apenas no período das chuvas”, ressalta a coordenadora de vigilância em saúde da SRS, Agna Soares da Silva Menezes.

A coordenadora frisa ainda que, aliado a outros serviços de vigilância epidemiológica e de controle de endemias, os profissionais da atenção primária à saúde dos municípios devem fazer parte das ações voltadas para o controle das arboviroses, por meio da notificação rápida das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. “Com essa medida, os profissionais da vigilância epidemiológica e de controle de endemias terão condições de realizar as ações de bloqueio de focos de proliferação de mosquitos diretamente nos locais de residência das pessoas que contraírem alguma das doenças, bem como em áreas adjacentes”, pontua Agna Menezes.

Eliminação de larvas do Aedes aegypti é primordial para o controle das arboviroses - Foto: Internet

De acordo com levantamentos realizados pela Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, doze municípios apresentam índices de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti superior a 300 casos por 100 mil habitantes. As localidades com maiores taxas de incidência são: Jaíba (5.972,40 casos por 100 mil habitantes); Capitão Enéas (4.893,42); Matias Cardoso (1.355,63); Janaúba (787,58); Montes Claros (786,15); Francisco Sá (665,18); Gameleiras (590,09); Salinas (480,13); Mirabela (395,58); Nova Porteirinha (387,03); Bocaiúva (320,66) e Verdelândia (314,89 casos por 100 mil habitantes).

 

Recursos

Com a disponibilidade de incentivos financeiros já repassados aos municípios, Agna Menezes também reforça a necessidade das secretarias de saúde municipais colocarem em prática as ações previstas nos planos de contingência elaborados para o enfrentamento do Aedes aegypti, o que inclui a eliminação de focos do mosquito no interior de domicílios. Aliado a isso, os municípios devem intensificar a realização de mutirões de limpeza, visando o recolhimento de materiais inservíveis e que se tornam focos de proliferação do mosquito.

Por meio da Resolução 8.386, publicada em 19 de outubro de 2022, a SES-MG prorrogou até 31 de dezembro deste ano o prazo de utilização de recursos superiores a R$ 40,4 milhões, repassados em 2021 aos 853 municípios mineiros. O incentivo financeiro foi definido na Resolução 7.733, e para o Norte de Minas foram disponibilizados R$ 3,5 milhões, destinados à execução de ações para o enfrentamento das arboviroses.

Além disso, a Resolução 8.386 viabilizou, no segundo semestre de 2022, o repasse de mais recursos aos municípios que, no caso da macrorregião de Saúde Norte, totalizou mais de R$ 3,6 milhões para investimento em ações de enfrentamento às arboviroses.

Por Pedro Ricardo