Os municípios da área de atuação da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá têm registrado fortes chuvas desde novembro, quadro que se manteve nas primeiras semanas de dezembro. O cenário é preocupante no que diz respeito a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada, sendo esta espécie a transmissora de arboviroses como dengue, zika e chikungunya. Diante disso, o município de Muriaé - que faz parte da GRS Ubá - fortaleceu as ações preventivas e de conscientização, mobilizando a população para eliminar os possíveis criadouros do mosquito por meio de atividades especiais de caráter lúdico e pedagógico.

Stand com maquete simulando casas com locais de possível criadouro do Aedes, e no primeiro plano recipiente de vidro com foco do mosquito - Foto: Fabrine Reis

A mobilização social foi realizada em locais como escolas, bairros e até mesmo no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), buscando sensibilizar o maior número de pessoas. “Fizemos o ‘Dia D de Combate à dengue’, fomos à rádio local, fizemos vídeos para as redes sociais, gravação de áudio para o moto som e posts para redes sociais. Estivemos em 29 escolas com a ação ‘O perigo que mora em casa’, mostrando em maquetes os possíveis criadouros de mosquitos que devem ser eliminados”, explicou Fabrine Reis, coordenadora da Vigilância Ambiental de Muriaé. “Também envolvemos os usuários do CAPS nas ações de prevenção,  ensinando através de atividades recreativas como o ‘Pesca Mosquito’, ‘Boliche - acerte o mosquito’, jogo da memória, pintura, tudo voltado para promover hábitos de prevenção”, completou a coordenadora.

Um fator que contribuiu para a decisão de fortalecer as ações de combate ao Aedes foi o resultado do último LIRAa ter apontado uma incidência de risco médio. LIRAa é a abreviação de “Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti”, uma metodologia que permite o conhecer, de forma rápida, por amostragem, a quantidade de imóveis com a presença de recipientes com larvas do mosquito transmissor da dengue. 

 “Após as tempestades que tivemos nas últimas semanas em Muriaé, muitas residências foram destelhadas e tiveram as tampas de suas caixas d’água levadas pelo vento”, disse Fabrine. “Com isso, observamos um aumento na proliferação de mosquitos na cidade, dos quais boa parte eram positivos para o Aedes aegypti. Então, antes de vermos os casos de dengue escalarem para um quadro generalizado, providenciamos ações que mobilizem e conscientizem a população”, completou a coordenadora, que relatou o empenho em reforçar as visitas domiciliares dos Agentes de Endemias.

 

Campanha “Tchau, Dengue, Tchau”

Para combater o mosquito é fundamental que cada um faça a sua parte. Em novembro, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) lançou a campanha “Tchau, Dengue, Tchau”, que veicula diversas orientações e cuidados para a população. Os municípios podem replicar os conteúdos em suas mídias, ampliando a conscientização. “A GRS Ubá permanece vigilante no combate ao mosquito Aedes Aegypti, promovendo capacitações para as equipes municipais de endemias, bem como provendo insumos e equipamentos necessários para atividades de rotina e bloqueio de transmissão”, explicou o supervisor de Endemias da GRS, Waldir Marques. “Toda semana realizamos avaliação do cenário e, com isso, conseguimos auxiliar melhor os municípios de nossa região”, completou o supervisor.

 

Cuidados

Além dos cuidados tradicionais - como limpeza de pratos de plantas, bebedouros de animais domésticos e outras fontes de possíveis criadouros do mosquito transmissor da dengue - é preciso atenção redobrada para os chamados macrocriadores, que são grandes reservatórios de água que podem ser locais de procriação em larga escala do Aedes. Por exemplo:

  • Piscinas não tratadas, geralmente sem utilização;

  • Caixas d’água destampadas;

  • Reservatórios no nível do solo, em que as pessoas acumulam águas das chuvas para molhar plantas, lavar quintal.

  • Locais que têm dificuldade de acesso à água encanada também requerem atenção, uma vez que as pessoas costumam reservar água para consumo. Os pontos precisam ser cobertos, impedindo o contato do mosquito com a água.

  • O lixo domiciliar deve ser bem embalado e colocado na rua para coleta somente nos dias programados, preferencialmente no horário em que é feito o recolhimento, para que esse saco não rasgue, deixando resíduos que possam acumular água.

  • As calhas devem estar limpas, garrafas viradas para baixo, entre outros cuidados.

Por Keila lima