A Gerência Regional de Saúde (GRS) de Itabira, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Itabira, realizou nos dias 21, 22 e 23 de novembro, no auditório da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o curso introdutório para os novos agentes comunitário de endemias (ACE) do município.  

De acordo com Antônio Carlos Rodrigues, referência técnica de campo e arboviroses da GRS Itabira, o curso foi desenvolvido em três dias, com módulos teórico e prático, com duração total de 24 horas, com o objetivo de capacitar 14 novos agentes contratados pelo município. “Com o curso, estamos dando sequência ao trabalho de combate à dengue no município, preparando os agentes para intensificar o trabalho de campo, como as visitas domiciliares para levantamento de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras arboviroses. A Regional de Saúde de Itabira vem acompanhando sistematicamente os municípios e realizando trabalhos como este, de capacitação e treinamento”, ressaltou Antônio.

Foto: Flávio A. R. Samuel

Durante a capacitação, os novos agentes puderam conhecer e entender melhor as ações de campo e o Programa Nacional de Controle da Dengue, bem como as principais arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti e os métodos de enfrentamento, prevenção e controle.

A superintendente de vigilância em saúde, Natália Franco Barbosa de Andrade, da Secretaria Municipal de Saúde de Itabira, explicou que por meio do curso, o município visa oferecer aos novos agentes de combate às endemias ferramentas para que possam entender o seu papel e função, e assim estarem aptos a orientar a população,  seja sobre os cuidados e perigos das arboviroses, seja informando a importância de manter as casas e os quintais limpos e livres criadouro para o Aedes.

Segundo Ariana Gabriela Ribeiro Duarte, diretora de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Itabira, o curso foi dividido em três etapas. No primeiro dia foi abordado a “Introdução ao trabalho do ACE – Legislação e Prática”, “Arboviroses - um mosquito, quatro doenças” e dinâmica de grupo. No segundo dia foi abordado a “Segurança do Trabalho, a responsabilidade de cada um”, “Introdução do trabalho do ACE” e atividades práticas de campo. Já o terceiro dia foi focado totalmente nas atividades práticas de campo, onde a temática maior foi identificar situações que fazem parte da rotina de trabalho da equipe e reforçar a forma de atuação frente aos desafios diários. “O papel do agente de endemia é fundamental para a conscientização da população. Eles são o elo entre a comunidade e as autoridades de saúde. Por isso, atuam no repasse de informações sobre formas de combate e prevenção à dengue”, afirmou Ariana.

Foto: Flávio A. R. Samuel

O médico veterinário da diretoria de controle de zoonoses, Gustavo Cardoso Pinho, que ministrou a palestra “Arboviroses - um mosquito, quatro doenças” e orientou os novos agentes durante todo o curso, informou que foi o momento de apresentar uma visão panorâmica sobre a vigilância epidemiológica, relacionando seus conceitos e práticas à prevenção, promoção e educação em saúde. “O objetivo é formar esses novos ACE e garantir a constância do trabalho desses agentes que atuam contra a dengue no município”, destacou Gustavo.

 

Arboviroses

As arboviroses são doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, zika vírus, febre chikungunya e febre amarela. Essas doenças são transmitidas por artrópodes, dentre eles, o mosquito Aedes aegypti. O inseto se reproduz em ambientes com água parada, por isso é sempre motivo de preocupação em período de chuvas.

Algumas ações podem evitar a proliferação do mosquito, como manter baldes, potes, bacias, tambores e caixa d’água limpos e vedados corretamente. Mas, em caso de contágio, é preciso ficar atento. Os sintomas são semelhantes às outras arboviroses e doenças hemorrágicas, podendo ser facilmente confundidos caso a vigilância não esteja ativa.

Foto: Flávio A. R. Samuel

 

Cenário atual

Até 22 de novembro, Minas Gerais registrou 88.050 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Desse total, 66.601 casos foram confirmados para a doença e, destes, 195 foram registrados em Itabira. 63 óbitos foram confirmados pela doença em Minas Gerais, sendo dois confirmados em Itabira. Outros 18 óbitos são investigados em Minas até o momento.

Em relação à febre chikungunya, foram registrados 7.434 casos prováveis da doença, dos quais 5.405 foram confirmados. Até então, não há nenhum óbito confirmado por chikungunya em Minas Gerais, e quatro seguem em investigação.

Quanto ao vírus zika, foram registrados 46 casos prováveis, sendo 12 confirmados para a doença. Não há óbitos por zika em Minas Gerais até o momento.

Saiba mais emhttps://www.saude.mg.gov.br/aedes 

Por Flávio A. R. Samuel