A Gerência Regional de Saúde (GRS) de Unaí, por meio do Núcleo de Epidemiologia, realizou nos dias 16 e 17 de novembro, um curso de capacitação presencial com os agentes de endemias dos 12 Municípios que compõem a sua área de abrangência. 

O treinamento foi uma parceria com o Instituto René Rachou (Fiocruz Minas), por meio do Grupo de Pesquisa Triatomíneos, e contou com a presença da coordenadora Raquel Aparecida Ferreira e apoio técnico de Valéria Carla Faria Amaral, que ministraram o curso.

O objetivo do curso foi treinar e capacitar os agentes de endemias na identificação de triatomíneos, que são os barbeiros, vetores do Trypanosoma cruzi, agente causador da doença de Chagas, além de ser um produto relacionado ao projeto de pesquisa que está desenvolvendo no Norte de Minas.

Foto: GRS Unai

Com a capacitação, os agentes de endemias vão conseguir identificar os insetos que chegaram nos postos de identificação de Triatomíneos (PITS) ou encontrados nas casas. Segundo Raquel Aparecida, conhecer o inseto é importante. “Assim os agentes de endemia podem determinar o risco que aquele barbeiro pode trazer para população”, explicou a coordenadora do curso.

Esse projeto de pesquisa, intitulado “Reestruturação da vigilância com participação da população no quadro atual da epidemiologia e controle da doença de Chagas em Minas Gerais” teve início em 2020, com previsão de término em dezembro de 2022. Ele faz parte do PP-SUS (Programa Pesquisa para o SUS), financiado pela FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais), em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a Sociedade Brasileira de Parasitologia (SBP).

O projeto envolve 123 municípios mineiros, pertencentes à Gerência Regional de Saúde de Unaí, GRS Januária, Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, além dos municípios da GRS Pedra Azul e GRS Pirapora.

Doença de Chagas

Segundo as informações da Fiocruz, a doença de Chagas (ou tripanossomíase americana) é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Apresenta uma fase aguda (doença de Chagas aguda – DCA) que pode ser sintomática ou não, podendo evoluir para as formas crônicas, caso não seja tratada precocemente com medicamento específico. Superada a fase aguda, aproximadamente 60% dos infectados evoluem para uma forma indeterminada, sem nenhuma manifestação clínica da doença de Chagas e com exames complementares sem alterações. Os demais, desenvolvem formas clínicas crônicas, divididas em três tipos, de acordo com as complicações apresentadas: cardíaca, digestiva ou mista (com complicações cardíacas e digestivas).

Por Fernanda Rosa