Em 2022, a campanha Juntos pela Prevenção aborda temas comuns ao Outubro Rosa e ao Novembro Azul que tratam, respectivamente, da Saúde da Mulher e da Saúde do Homem. Aproveitando o Dia do Servidor, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Juiz de Fora promoveu um momento de aprendizado e reflexão com palestras sobre Saúde da Mulher;  ministrada por Ana Beatriz Querino Souza, mestre em enfermagem pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Saúde do Homem; ministrada por Sebastião Alves de Souza Filho, médico especialista e mestre em Saúde da Família também pela UFJF.

 "Existimos porque precisamos existir. Acima de tudo, precisamos valorizar o SUS" / Crédito: Marcella Victer

 

Desastres silenciosos estrondosos

Iniciando a fala com a seguinte reflexão: “O boeing 777 é a maior aeronave bimotora do mundo, com capacidade máxima para 550 passageiros. O número de mulheres que morrem no Brasil todo ano por câncer de mama é equivalente a 32 aeronaves caindo ao mesmo tempo", Ana Beatriz traz holofote para a necessidade do cuidado com a saúde da mulher. Em comparação com um desastre, o câncer de mama, ceifa vidas de maneira estrondosa para as famílias que perdem mães, avós, irmãs e filhas.

Para o ano de 2021 constam no Painel Oncologia, 6.289 casos de câncer de mama, no estado de Minas Gerais, diagnosticados pelo SUS e essa informação é um alerta para a necessidade de enfrentar o problema. 

"O autoexame pode dar uma falsa sensação de segurança. É importante lembrar que ele não é capaz de identificar alterações menores que um centímetro", alerta Beatriz. 

 

Durante a fala, Ana Beatriz também trouxe um ponto importante "além do peito: "o colo do útero. O câncer de colo do útero é a terceira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, com exceção do câncer de pele. Em 2021, foram registrados 1549 casos de câncer de colo do útero em Minas Gerais”, completa Beatriz.

Cuidado também é coisa de homem

De acordo com levantamento do Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo, 70% das pessoas do sexo masculino que procuram um consultório médico tiveram a influência da mulher ou de filhos. 

"Culturalmente, ao longo dos anos, o homem não participa do cuidado. Cuidado é um tabu para os homens. Está enraizado na sociedade que homem tem que focar apenas no provimento, enquanto o cuidado é deixado para as mulheres", aponta Sebastião Alves.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum.

Sebastião também apresentou a Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH), que tem como diretriz promover ações de saúde que contribuam para a compreensão da realidade singular masculina nos diversos contextos socioculturais e político-econômicos. "Não podemos esperar o mês de novembro para atender os homens. Precisamos trabalhar a questão da promoção do autocuidado, da prevenção, a questão de ressignificar o olhar dele para si mesmo e do comportamento de risco que ele assume, que pode levar a uma morte precoce", alerta Alves. 

Após as exposições, o superintendente Renan Guimarães de Oliveira destacou o importante papel dos servidores públicos na prevenção e promoção da Saúde das Mulheres e dos Homens.

"Existimos porque precisamos existir. Acima de tudo, precisamos valorizar o SUS", ressalta Guimarães

 

Por Marcella Victer