Quarenta e dois municípios que integram as áreas de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros e a Gerência Regional de Saúde (GRS) de Januária estão sendo contemplados com o repasse de recursos superiores a R$ 6,7 milhões, destinados à implementação do Projeto Estratégico Saúde em Rede. A terceira fase do Projeto foi lançada nesta quarta-feira, 27 de outubro, em Belo Horizonte, em solenidade com a participação do secretário de Estado de saúde, Fábio Baccheretti Vitor, de superintendentes e gerentes regionais de saúde, referências técnicas, prefeitos e gestores municipais de saúde.

O Projeto Saúde em Rede foi iniciado em 2019, numa etapa piloto, em 29 municípios do Vale do Jequitinhonha. A iniciativa visa a formação de tutores que vão atuar junto com os municípios na estruturação das redes de atenção à saúde, com foco na transformação do atual modelo hierárquico, que tem os hospitais como centros dos atendimentos, dando lugar à gestão integrativa. Nesse novo modelo, os serviços de atenção primária dos municípios passarão a ser os ordenadores dos cuidados em saúde.

Foto: Pedro Ricardo

A superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques explica que, como resultados das reestruturações a serem implementadas pelos municípios, espera-se que os gestores consigam viabilizar a realização de consultas especializadas mais resolutivas. Além disso, segundo a superintendente, espera-se também a redução de filas para atendimento das demandas da população, maior satisfação dos usuários com os serviços prestados pelas unidades de atenção primária à saúde, e que ocorra a redução de internações hospitalares, além do atendimento no modelo de atenção às condições crônicas.

Em janeiro deste ano, 27 municípios que integram as microrregiões de Saúde de Bocaiúva, Coração de Jesus, Salinas e Taiobeiras, participaram da segunda etapa de expansão do Projeto Saúde em Rede. Já nesta terceira fase, o Projeto vai contemplar os demais 27 municípios da área de abrangência da SRS Montes Claros e 15 municípios da GRS de Januária.

O coordenador de Atenção à Saúde da SRS, João Pereira Alves, avalia que “já são positivos os resultados que os municípios já vêm obtendo na formação de tutores que vão atuar na estruturação das redes de atenção à saúde”. “A reorganização dos serviços de atenção primária à saúde tende a melhorar consideravelmente, inclusive obtendo maior integração com os serviços de atenção especializada”, prevê o coordenador.

As oficinas de formação de tutores para os municípios que passam a integrar a terceira etapa do Projeto Saúde em Rede serão iniciadas em novembro deste ano e terminarão em agosto de 2023. Nesta semana, em Belo Horizonte, as analistas da Coordenadoria de Atenção à Saúde da SRS, Denise Silveira, Graciele Fernandes, Juliane Damasceno e Eusane Fonseca estão participando de curso de atualização na Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG) para a implementação de nova etapa do Projeto.

 

Recursos

Para a execução das ações propostas pelo Projeto, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) está repassando mais de R$ 4,3 milhões para 27 municípios da área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros. Os recursos estão previstos na Resolução 8.369, publicada dia 19 de outubro. Os municípios contemplados são: Botumirim; Capitão Enéas; Catuti; Claro dos Poções; Cristália; Espinosa; Francisco Sá; Gameleiras; Glaucilândia; Grão Mogol; Itacambira; Jaíba; Janaúba; Josenópolis; Juramento; Mamonas; Matias Cardoso; Mato Verde; Mirabela; Monte Azul; Montes Claros; Nova Porteirinha; Pai Pedro; Porteirinha; Riacho dos Machados; Serranópolis e Verdelândia. 

Outros 15 municípios da Gerência Regional de Saúde de Januária estão sendo contemplados com o repasse de R$ 2,4 milhões. São eles: Brasília de Minas; Campo Azul; Ibiracatu; Icaraí de Minas; Japonvar; Lontra; Luislândia; Patis; Pintópolis; São Francisco; São João da Ponte; São Romão; Ubaí; Urucuia e Varzelândia.

 

O Projeto

O Projeto Saúde em Rede propõe um processo de educação permanente que tem o objetivo de desenvolver a competência das equipes para o planejamento e organização da atenção à saúde com foco nas necessidades dos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde).

O trabalho deverá ser implementado de acordo com o Modelo de Atenção às Condições Crônicas, contemplando desde a organização dos serviços de atenção primária, passando pela atenção especializada e hospitalar, a fim de promover um serviço melhor para a sociedade e gerar mais valor para a população.

Para isso, a metodologia é estruturada em oito ciclos temáticos, com 11 oficinas tutoriais e seis workshops de alinhamento conceitual.  A tutoria não se constitui processo de fiscalização ou avaliação de desempenho, nem de definição do que os profissionais devem fazer. Pelo contrário, se constitui em um “fazer junto”, sem substituir os profissionais nas suas funções e responsabilidades, ajudando na reflexão sobre a própria prática, na identificação de fragilidades e nas ações corretivas necessárias.

O Projeto conta com uma plataforma de monitoramento da evolução dos municípios em relação às matrizes e instrumentos propostos, bem como do status de cada localidade em relação ao projeto. Um painel de bordo permite à gestão identificar quais processos foram implantados e o nível de maturidade da gestão de processos em cada uma das unidades laboratório, de Atenção Primária e Especializada.

Por Pedro Ricardo