No mês de setembro foi realizado pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Belo Horizonte uma videoconferência com os municípios, repassando as orientações clínicas e de vigilância epidemiológica sobre a monkeypox, além de questões envolvendo a parte laboratorial. Orientações por e-mail e por telefone também foram realizadas para responder as dúvidas e demandas dos municípios.

Atualmente, dos 527 casos confirmados de monkeypox em Minas Gerais, 390 pertencem aos municípios de área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Belo Horizonte. 

Todos os protocolos a serem seguidos estão disponíveis na Nota Técnica nº 10/SES/SUBVS-CIEVS/2022que explica sobre a definição dos casos, formas de transmissão e as medidas de precaução em unidades de saúde, além do isolamento domiciliar. Todas as orientações repassadas aos municípios foram pautadas nessa nota. 

A monkeypox é uma doença viral, causada pelo vírus de mesmo nome. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais ou outro humano infectado, ou ainda, com fluido corporal humano contendo o vírus. Apesar do nome, os primatas não humanos não são reservatórios do vírus. Em Minas Gerais, o primeiro caso suspeito foi notificado em 11 de junho de 2022 e o primeiro caso confirmado no dia 29 do mesmo mês.

Lavar as mãos com frequência é uma das recomendações para evitar a monkeypox - Foto: Ingrid Vasconcelos - SES-MG

Transmissão

 A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados, como toalhas e roupas de cama. Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infectantes, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva. As pessoas que possuem contato íntimo, membros da família e parceiros sexuais, correm maior risco de infecção, assim como profissionais de saúde. O período de incubação é tipicamente de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.

 

Definição de casos

De acordo com a nota técnica, foram estabelecidas  as seguintes definições de casos:

Caso suspeito: Indivíduo de qualquer idade que apresenta início súbito de lesão em mucosas e/ou erupção cutânea aguda sugestiva de monkeypox, única ou múltipla, em qualquer parte do corpo podendo estar associada a outros sinais e sintomas.

Caso provável: é aquele que atende à definição de caso suspeito, que apresenta um ou mais critérios como o de exposição próxima e prolongada, sem proteção respiratória,ou contato físico direto, incluindo contato sexual, com parcerias múltiplas e/ou desconhecidas nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas.

Caso confirmado: Caso suspeito com resultado laboratorial "Positivo/Detectável" para monkeypox vírus(MPXV) por diagnóstico molecular (PCR em Tempo Real e/ou Sequenciamento).

Caso descartado: Caso suspeito com resultado laboratorial "Negativo/Não Detectável" para monkeypox vírus (MPXV) por diagnóstico molecular (PCR em Tempo Real e/ou Sequenciamento) ou sem resultado laboratorial para MPXV e realizado diagnóstico complementar que descarta monkeypox como a principal hipótese de diagnóstico.

 

Notificação e sintomas

Os profissionais de saúde dos municípios em que tenham casos que atendam à definição de caso suspeito também foram orientados a realizarem a notificação de forma imediata, em até 24 horas, via formulário do RedCap com o preenchimento da ficha de notificação para monkeypox e informarem a SRS-BH.

Também foi orientado, que os profissionais de saúde, em contato com os pacientes façam uso dos equipamentos de proteção individual como máscaras cirúrgicas, óculos e luvas descartáveis.

A Coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SRS-BH Talita Leal Chamone explica um pouco melhor sobre a doença: “Os principais sintomas são erupção cutânea (lesões, bolhas, crostas) em diferentes formas e que podem afetar todo o corpo, incluindo rosto, palmas e plantas dos pés, além de órgãos genitais. Outros sintomas frequentes são: febre, dor de cabeça, inchaço dos gânglios linfáticos, dor nas costas, dores musculares e falta de energia.”

Talita também explica que todas as pessoas que forem expostas ao vírus podem se infectar e desenvolver a doença, independentemente de idade, sexo ou outras características. “O período de transmissão da doença se encerra quando as crostas das lesões desaparecem. As medidas de prevenção são: evitar contato com pessoas com monkeypox, evitar locais de aglomeração de pessoas, fazer o uso de máscaras e higienizar as mãos com frequência. Caso apresente os sintomas, procure a unidade básica de saúde mais próxima para atendimento”, finaliza. 

Mais informações sobre a monkeypox estão disponíveis em: https://www.saude.mg.gov.br/monkeypox

Por Alessandra Maximiano