A campanha antirrábica Canina e Felina ocorreu entre 1º de agosto e 30 de setembro de 2022 nos 39 municípios da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Belo Horizonte. Com a meta de campanha de 85% de vacinação de cães e gatos, foram imunizados 204.346 animais (177.551 cães e 36.795) segundo dados parciais consolidados de 17 municípios, em 14 de outubro. 

Tutora de duas cadelas, Amora e Mel, a técnica administrativa Cristiane Cândido, 41, ressalta a importância de levar os pets para vacinar. “É muito importante estar em dia com a vacinação dos bichinhos pois é um cuidado com eles, conosco e para com os outros também”, disse. Nesse contexto, a veterinária Ana Karolina Pinheiro reforça a necessidade da imunização.  “A raiva é uma doença zoonótica e fatal que é transmitida pela saliva, principalmente. Diferente do que muitos pensam, a mordida de um cão contaminado ou morcego que se alimenta de sangue não é a única forma de transmissão” disse a veterinária. Muitas vezes, morcegos que se alimentam de frutas caem na casa das pessoas e se tornam alvos de gatos, com seu instinto caçador. Isso expõe o animal ao risco de se contaminar. “Uma vez contaminado, a progressão da doença costuma ser rápida, aproximadamente 10 dias entre o primeiro sintoma e o óbito. Infelizmente não há tratamento, e o sofrimento familiar é inevitável tanto na preocupação com o animal quanto na possibilidade de contaminação humana”, completou.

As cadelas Amora e Mel, após serem imunizadas - Foto: Acervo pessoal de Cristiane Cândido

 

Ocorrência histórica

No passado, o Brasil apresentou um número razoavelmente alto de casos de raiva humana. Em 1990, por exemplo, foram 73 casos da doença no país. Os casos em Minas Gerais e no Distrito Federal, em 2022, acendem o sinal de alerta para agir, informando a população sobre a gravidade da doença, gerando acesso às medidas de controle e vacinação na pré e pós-exposição, para evitar o surgimento de novos casos e mortes.

Segundo o Manual do Vacinador da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, os sintomas da raiva animal são:

  • o animal modifica o comportamento, normalmente para de comer

  • esconde-se em locais mais escuros,

  • tenta beber água, mas não consegue engolir. 

O animal também pode procurar fugir de onde está preso e morde tudo que vê pela frente (objetos, animais e pessoas). Um dos sintomas mais conhecidos é babar e o latido ficar rouco e prolongado, parecendo um uivo.

 

Transmissão

É por isso que a vacinação contra a raiva é essencial não só para cães e gatos, como também para seres humanos que tenham contato com animais de qualquer tipo. A vacinação é a melhor forma de prevenir a difusão da raiva e os animais domésticos devem ser vacinados pelo menos uma vez por ano.

 

Sintomas

A raiva também pode ser chamada de hidrofobia e é uma doença de caráter infeccioso que é causada por um vírus do gênero Lyssavirus. Esse vírus é capaz de comprometer gravemente o sistema nervoso central, causando grande inchaço no cérebro e, por isso,raiva é considerada uma doença grave, com um alto nível de letalidade.

O inchaço no cérebro e a inflamação no sistema nervoso central são as principais características da raiva, causando os sintomas da doença.

 

Entre os principais sintomas de raiva, podemos destacar:

  • confusão mental;

  • excitabilidade excessiva;

  • agressividade;

  • alucinações;

  • espasmos musculares;

  • febre;

  • convulsão;

  • babar em excesso;

  • dor onde a mordida ou lambida aconteceu;

  • dificuldade para engolir;

  • mal-estar;

  • febre;

  • dor de garganta;

  • náuseas;

  • perda do apetite;

  • perda de sensibilidade em um dos lados do corpo;

  • sensações de agitação, irritabilidade, angústia; e ansiedade.

 

Esses sintomas são progressivos e evoluem por cerca de uma semana, conforme o vírus se instala no cérebro. Os espasmos musculares acabam fazendo com que o paciente fique paralizado e deixe de, entre outras atividades, comer, excretar e respirar, o que é capaz de levá-lo ao óbito.

 

Tratamento

A raiva não tem cura e sua evolução é muito rápida. Entre o começo dos sintomas e o estado de paralisia, podem se passar apenas sete dias. Por conta disso que, assim que um indivíduo é mordido, lambido ou arranhado por um animal (urbano ou silvestre) que não esteja vacinado contra a raiva, é preciso tomar a vacina e realizar os procedimentos para impedir que o vírus entre em contato com seu sistema nervoso central.

Existem medicamentos que são capazes de impedir que o vírus avance até o sistema nervoso central, mas, uma vez que a doença se instala, é impossível contê-la, resta apenas tratar os sintomas.

Por Leandro Heringer