Neste sábado, 15 de outubro, é o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita (passada de mãe para filho) e tem como objetivo estimular a participação dos profissionais e gestores de saúde nas atividades voltadas para o controle da doença. Nesse contexto, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros realizou, dia 6 de outubro, capacitação das referências técnicas e de coordenadores de serviços de atenção primária à saúde dos 54 municípios que compõem a sua área de atuação, voltada para a atualização de informações sobre a doença. Além disso, os municípios foram orientados a intensificar as atividades durante este mês, especialmente a partir deste sábado até o próximo dia 21, como parte das ações da Semana Nacional de Enfrentamento à Sífilis. 

A coordenadora de vigilância em saúde da SRS, Agna Soares da Silva Menezes explica que a doença é transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, sangue ou produtos sanguíneos (agulhas contaminadas ou transfusão com sangue não testado), além da transmissão da mãe para o filho em qualquer fase da gestação, no momento do parto ou pela amamentação.

O tratamento é feito com antibióticos e deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença. O tratamento é estendido aos parceiros sexuais. A sífilis é uma infecção curável, com tratamento relativamente simples, mas pegar uma vez não promove imunidade. Nas formas mais graves da doença, como na fase terciária, o não tratamento adequado pode levar à morte. O uso de preservativos (tanto femininos como masculinos) durante todas as relações sexuais é a maneira mais segura de prevenir a doença. O acompanhamento das gestantes e dos parceiros sexuais durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita.

Durante a capacitação as referências técnicas da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Adriana Barbosa Amaral e Maria Regina de Oliveira Morais destacaram a importância dos municípios intensificarem as ações voltadas para a prevenção e o diagnóstico precoce da sífilis. “A busca ativa de pacientes e a realização da testagem rápida em hospitais e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), atualmente disponível em todos os 54 municípios da SRS, precisa ser um trabalho contínuo e intensificado”, destacaram as técnicas. Entre as estratégias sugeridas pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde aos municípios está o estabelecimento de comunicação assertiva e efetiva entre os serviços de saúde com a população; a realização de ações coletivas e de blitz educativa para o repasse de informações à população, e também o foco na busca ativa de homens e mulheres com idade entre 20 e 35 anos. Além disso, os municípios foram orientados quanto à necessidade de investir na capacitação dos profissionais de saúde para atualização de informações sobre a sífilis; a oferta da testagem rápida nas unidades de saúde; oferta de tratamento e acompanhamento dos pacientes acometidos pela sífilis.

Foto: Internet

A médica da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros e professora da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Janer Silveira Soares reforçou que a busca ativa e a realização de testes rápidos nas unidades de saúde se constituem ações importantes para o controle da transmissão da sífilis, envolvendo inclusive as gestantes, com o objetivo de impedir a ocorrência de abortos, prematuridade e sequelas em recém-nascidos.

 

Hospitais de Referência

Em julho deste ano, por meio da Resolução 8.264, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) selecionou 14 hospitais da macrorregião de Saúde Norte para atendimento à profilaxia da transmissão vertical da sífilis, hepatites virais e do vírus HIV em recém-nascidos. Os hospitais foram identificados como referências para o Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids), conforme critérios definidos pelas coordenadorias Materno Infantil, de IST/Aids e Hepatites Virais da SES-MG.

No Norte de Minas foram selecionadas as seguintes instituições: Hospital Municipal de Bocaiúva; Hospital Municipal Senhora Santana, de Brasília de Minas; Unidade Mista Municipal Dr. Brício de Castro Dourado, de São Francisco; Hospital Municipal São Vicente de Paulo, de Coração de Jesus; Hospital Municipal de Francisco Sá; Fundação de Assistência Social de Janaúba – (Fundajan); Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças, de Monte Azul; Hospital Municipal de Januária; Hospital Funrural, de Manga; Santa Casa de Montes Claros; Hospital Universitário Clemente de Faria, também sediado em Montes Claros; Hospital Dr. Moisés Magalhães Freire, de Pirapora; Hospital Municipal Dr. Oswaldo Prediliano Santana, de Salinas; e o Hospital Santo Antônio, de Taiobeiras.

A Resolução estabelece que outros hospitais que realizam partos e que desejam ofertar a testagem rápida às puérperas poderão se cadastrar no Sistema de Controle Logístico de Insumos Laboratoriais (Sisloglab) para receber os kits, desde que tenham estabelecido um fluxo de acesso aos medicamentos junto ao Serviço de Atendimento Especializado e Unidade Dispensadora de Medicamentos, em caso de resultados positivos para HIV, sífilis ou hepatites virais.

Por Pedro Ricardo