Com a participação de dezenas de referências técnicas e coordenadores de Vigilância Sanitária, Epidemiológica e de Imunização, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais( (SES-MG) concluiu nesta quarta-feira, 22, no auditório do Cimams em Montes Claros, a realização da 1ª Oficina do Projeto de Integração das Ações de Vigilância em Saúde para a Agricultura Familiar – (Pro Agri Saúde). Com investimento superior a R$ 28,3 milhões, 177 municípios do Norte de Minas e dos vales do Jequitinhonha e Mucuri compõem as três primeiras regiões do Estado contempladas pelo Projeto que, entre outros objetivos, visa o fortalecimento das ações estratégicas de vigilância em saúde e de desenvolvimento regional integral e sustentável.

Durante a abertura da Oficina, realizada terça-feira, 21, Dhyeime Thauanne Pereira Marques, superintendente Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, destacou que o Projeto abre novas perspectivas para o incremento e a valorização da agricultura familiar, como uma das mais importantes atividades para o fornecimento de produtos do consumo da população, bem como na geração de emprego e renda para milhares de famílias.

“O Pro Agri Saúde chega como oportunidade de fortalecimento das ações do Governo do Estado no incremento da agricultura familiar. Nesse contexto, os profissionais dos segmentos da Vigilância Epidemiológica, Sanitária e de Imunização terão um importante trabalho a desempenhar no que se refere ao apoio ao trabalho das famílias dos agricultores, tanto no que se refere à adequação das atividades quanto à legislação sanitária, bem como na melhoria das condições de saúde”, destacou a superintendente.

Créditos: Pedro Ricardo

Ao apresentar o Projeto, a coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, observou que o Pro Agri constitui boa oportunidade para o Estado e os municípios reforçarem o trabalho de integração das equipes de vigilância epidemiológica, sanitária e de imunização.

“O Projeto tem como focos a prevenção da toxoplasmose, o monitoramento das doenças diarreicas agudas e da saúde dos trabalhadores da agricultura familiar, que estão expostos a intoxicações devido ao uso de agrotóxicos em diversas atividades. Também temos como foco a melhoria das coberturas vacinais das crianças, dos adolescentes e dos adultos, o que exigirá atenção especial dos serviços de saúde de todos os municípios, considerando as especificidades da atividade agrícola”, observou Agna Menezes.

Quanto às ações a serem implementadas pelos profissionais da Vigilância Sanitária do Estado e dos municípios, a coordenadora explicou que “a atuação estará voltada para a formalização das atividades da agricultura familiar. Isso possibilitará que os agricultores e suas famílias ampliem a comercialização de seus produtos, inclusive com a inserção do fornecimento de alimentos para programas de merenda escolar, com qualidade e segurança sanitária. Assim, além do incremento da economia regional, com geração de emprego e renda, teremos como resultado a melhoria da inserção social”, pontuou a coordenadora.

Para a efetivação do Pro Agri Saúde, cada um dos 177 municípios inseridos no Projeto receberam incentivo financeiro de R$ 160 mil para investimento e custeio de ações voltadas para a promoção do acesso dos agricultores familiares às políticas de simplificação, acesso a serviços públicos e ao mercado institucional; alcançar progressivamente uma maior igualdade de oportunidades aos agricultores localizados em regiões mais vulneráveis, reduzindo as desigualdades sociais. Também serão implementadas ações voltadas à vigilância da saúde do trabalhador, buscando a redução de riscos e vulnerabilidades laborais.

A coordenadora de Vigilância Sanitária do município de Catuti, Bárbara Lorena Freitas entende que “o Projeto é inovador e tem possibilidade de mudar o perfil da agricultura familiar do Norte de Minas, por meio da melhoria da acessibilidade dos agricultores a novos mercados consumidores, bem como a serviços de saúde”.

Na mesma linha de raciocínio, Meirenice Aparecida Gomes, coordenadora de Imunização e de Vigilância em Saúde do município de Mato Verde, entende que “o Projeto irá incentivar a união de ações de fortalecimento da agricultura familiar com atividades voltadas para o monitoramento e melhoria das condições de saúde não só dos agricultores, mas também das famílias. Com isso, abrimos a possibilidade de incrementar a renda e as condições de vida das pessoas envolvidas com a agricultura familiar o que, consequentemente, trará reflexos positivos para a economia do município”, concluiu a coordenadora.

O Estado

Em Minas Gerais a agricultura ocupa mais de 1.836.000 mil pessoas, sendo 59% delas envolvidas com o segmento familiar, com 441.800 mil estabelecimentos. Isso representa 72,7% do total de empreendimentos rurais do Estado. Nesse contexto, 84,6% das pessoas responsáveis pela condução das atividades são homens e 15,4% mulheres.

Outro detalhe importante da agricultura familiar em Minas Gerais é que 84,5% das pessoas envolvidas na atividade são parentes. Além disso, o setor responde por 25% do Valor Bruto da Produção Agropecuária de Minas Gerais.

Por Pedro Ricardo