A unidade regional da Farmácia de Minas de Belo Horizonte atende, mensalmente, cerca de 50.000 pessoas de 39 municípios da região central de Minas Gerais. Desse total, quase 8 mil usuários poderão buscar seus medicamentos no município de residência. Essa comodidade é possível pela adesão de 20 municípios ao Projeto de Descentralização do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (PDCEAF) realizado pela Superintendência de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

A política de descentralização proporciona benefícios para os usuários do Componente Especializado de Assistência Farmacêutica (CEAF), que podem retirar seus medicamentos oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) diretamente nos municípios onde moram, sem a necessidade de deslocamento para outra cidade. Esses medicamentos são utilizados em doenças raras, de baixa prevalência ou de uso crônico prolongado, com alto custo unitário, cujas linhas de cuidado estão definidas em Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) publicados pelo Ministério da Saúde.

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Coordenadora do Núcleo de Assistência Farmacêutica da Superintendência Regional de Saúde de Belo Horizonte (SRS-BH), Patrícia Oliveira, destaca mudança no cotidiano da Farmácia de Minas após a descentralização. “Com a adesão de 20 municípios, a Farmácia de Minas passará a atender de forma presencial a população dos outros 19 municípios da Superintendência Regional de Saúde  (SRS) de Belo Horizonte e não mais os 39. Desta forma, o impacto no atendimento ao público será importante pois reduzirá o número de usuários que comparecem à Farmácia de Minas para receber seu medicamento, consequentemente reduzindo a fila na unidade”. A coordenadora explica que os 20 municípios que aderiram à descentralização, assim que iniciarem o atendimento dos seus munícipes, representarão um impacto de 16% de redução da fila. “Exemplificando, dos municípios que aderiram, Ribeirão das Neves é o que terá a maior população beneficiada, cerca de 4% dos usuários do CEAF dos municípios que aderiram a PDCEAF”.  

Agerente do projeto na Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Ana Paula Ramos, enumera outros benefícios que a descentralização proporciona para a população. “Os maiores benefícios que um cidadão tem ao seu município aderir à PDCEAF são: maior facilidade no acesso, comodidade na retirada de medicamentos e redução das filas na farmácia, passando a ter uma economia de dinheiro com deslocamento e de tempo para chegar na farmácia, além da permanência nela. Há também uma melhoria do atendimento integral à saúde do cidadão por meio do contato mais próximo com o farmacêutico”.

Ramos destaca o potencial impacto da adesão de municípios que possuem grande número de usuários do CEAF que ainda não aderiram ao Projeto. “Belo Horizonte, Contagem, Betim, Santa Luzia e Ibirité, juntos, representam 38 mil pacientes. Apesar das adesões dos 20 municípios já trazerem muitos benefícios aos cidadãos da regional, é fundamental que esses grandes municípios também façam a adesão para que os resultados da política sejam mais expressivos”. Segundo a coordenadora estadual do projeto, para qualquer regional, principalmente a de Belo Horizonte, que atende uma expressiva demanda diária, a adesão dos municípios é fundamental. “A adesão resulta na melhoria no serviço prestado mediante a redução do volume total de atendimentos aos pacientes, que até então está concentrado somente em um lugar”. 

Camila Mendes, moradora da região oeste de Belo Horizonte, busca medicamentos  na Farmácia de Minas para sua mãe, Lindeia Gonçalves Mendes, professora aposentada, 73. Camila aprova a ideia da descentralização. “Será muito bom caso possamos buscar medicamento mais próximo de casa. Maior comodidade e economia. Já houve facilidade com o acesso à informação de disponibilidade pelo aplicativo MG APP. Descentralizando, será outro avanço”.

Por Leandro Heringer