Municípios do polo de Passos do Projeto Saúde em Rede apresentaram suas primeiras experiências a partir das oficinas de formação de tutores. As apresentações fizeram parte das atividades do segundo dia do quarto ciclo da formação de tutores, que chegou à metade do percurso para a conclusão das oficinas. Nessa etapa, foram trabalhados também os agendamentos e fluxos de regulação entre a Atenção Primária à Saúde (APS) e Atenção Ambulatorial Especializada (AAE) e ferramentas para a classificação de risco familiar pelos agentes comunitários de saúde.

“A partir deste ciclo, teremos apresentações dos tutores municipais sobre suas experiências e os impactos transformadores que o projeto vem proporcionando em cada território”, explica a coordenadora de Atenção à Saúde e Analista do Saúde em Rede pela SRS Passos, Vivian Castro Lemos.

Município de Itaú de Minas apresentando experiências da APS - foto: Ascom SRS Passos

Segundo a analista central Marianne Sardenberg Costa, no encontro foi possível discutir sobre fluxos para encaminhamento, agendamento, cancelamento, referência e contrarreferência de gestantes de alto risco da APS para os serviços especializados, trabalhamos ferramentas para a classificação de risco familiar como forma de organizar e priorizar o trabalho dos agentes comunitários de saúde. 

As atividades foram realizadas em 23 e 24 de maio no auditório e salas da Faculdade Atenas – Passos, que cedeu os espaços para SRS Passos dar prosseguimento ao cronograma de formação de tutores municipais.

Experiências

Outro ponto trabalhado no quarto ciclo foi o “acolhimento e ambiência nos serviços de referência para a linha de cuidado materno-infantil”, encerrando com a apresentação das experiências de alguns municípios. “Um ponto alto, foram as apresentações para o compartilhamento de experiências entre os tutores, em que os municípios de Bom Jesus da Penha, Carmo do Rio Claro, Itaú de Minas, Nova Resende e Passos relataram pontos positivos e desafios vivenciados com o projeto”, disse Marianne Sardenberg.

Também para Vivian Castro, as atividades realizadas desde o primeiro ciclo vêm dando os resultados esperados, com o interesse demonstrado pelos tutores e o envolvimento deles com o projeto. “Já conseguimos perceber a seriedade com que as unidades laboratório e suas equipes estão engajadas e buscando por melhorias, transformando os processos de trabalho dentro da Rede de Saúde de cada município e também de maneira regionalizada”, disse.

A secretária adjunta de Saúde de Capitólio, Delma Aparecida de Souza, assistiu às apresentações das experiências e constatou que alguns pontos da rede precisam interagir e colaborar entre si para a harmonia dos serviços da APS e AAE. “Eu vi que poucos municípios têm alguma dificuldade com alguns pontos da rede, mas no nosso município a gente está tendo a colaboração dos gestores que nos apoiam”, afirmou.

Para a tutora de APS de Capitólio, Beatriz Amaral Moreira Motta, as experiências apresentadas pelos municípios servem de inspiração e estímulo. “Eu gostei bastante e já estou registrando ideias para aplicar em Capitólio. Mas é muito bom ter essa troca de experiências, para a gente ver como outros municípios estão fazendo. É intercâmbio de experiência, né?”, comentou.

Impacto

Depois de quatro ciclos realizados, tutores avaliam o impacto das atividades nos municípios e enfatizam o conhecimento que estão adquirindo para a melhoria do trabalho e da assistência aos usuários. Esse é o caso da enfermeira obstetra Tassyane Tavares Castro, que atua na AAE do Centro de Saúde da Mulher e da Criança de Piumhi. Segundo ela, o fortalecimento da integração da APS com a AAE era um dos objetivos da Secretaria de Saúde do município. “E a gente já conseguiu essa aproximação”, disse.

“Hoje a gente está realizando capacitações com as equipes da atenção primária, com cronograma, atualização de protocolos, alinhamento de protocolos, para que as equipes da atenção primária e da atenção especializada tenham a mesma condução. Grupos de gestantes, grupos de mães, grupos com crianças. É todo um trabalho em conjunto com a atenção primária”, explicou Tassyane Castro.

A coordenadora da APS de Guapé, Nayara Campideli Ferreira, também já vê melhorias na colaboração com a AAE, que começou com a organização dos processos de trabalho. “Ter esse diagnóstico situacional, de como a gente se encontra na Atenção Primária à Saúde, e organizar nosso processo de trabalho, para depois fazer essa conexão com a especializada foi importante. Então, a organização dos processos de trabalho na APS foi fundamental nesse momento inicial”, avaliou.

Por Enio Modesto