A Regional de Saúde (GRS) de Itabira, por meio de sua Coordenação de Vigilância em Saúde e do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI), realizou nesta terça-feira (10/05), uma reunião técnica com os coordenadores de Vigilância Epidemiológica dos 24 municípios que compõem as microrregiões de Saúde de Guanhães, Itabira e João Monlevade. Na pauta da reunião, foram abordados assuntos como: cenário epidemiológico das arboviroses; plano de contingência; serviço de campo; e acompanhamento das resoluções estaduais.

De acordo com o coordenador de vigilância epidemiológica da regional de itabira, Marcelo Barbosa Motta, o objetivo da reunião técnica foi apresentar aos municípios o perfil epidemiológico das arboviroses (dengue, zica, chikungunya e febre amarela) nos anos de 2021 e 2022, alertando para um período sazonal que a região está passando, e quanto a possibilidade de ocorrência de uma epidemia.

“O atual panorama epidemiológico da região apresenta todos os municípios do Médio Piracicaba, que são 24 municípios, com baixa incidência de arboviroses: dengue, zica, chikungunya e febre amarela. O que precisamos saber é se essa baixa incidência está refletindo a realidade ou se é consequência de uma diminuição do serviço de campo em decorrência do período da pandemia de covid-19, onde os serviços foram diminuídos”, alertou Marcelo.

Créditos: Flávio Samuel

O coordenador reforçou ainda que por consequência da pandemia de covid-19, alguns municípios reduziram suas atividades de campo, mas que outros municípios não, e que de uma forma geral houve um decréscimo dessas ações externas. E atualmente, o que se busca é entender se essa incidência baixa é um reflexo da falta de registro, e pontua que a consequência disso é que pode haver uma subnotificação muito grande e consequentemente uma epidemia na região.

Diante disso, a Regional de Saúde, segundo o Núcleo de Vigilância Epidemiológica, tem dado suporte direto in loco aos seus municípios, priorizando aqueles municípios mais críticos, que estão com ações muito defasadas e também com agentes novos e sem nenhum treinamento técnico.

“A regional está treinando esses agentes, dando suporte nos sistemas de informação e outras informações técnicas que os municípios necessitam. Eles ligam, mandam e-mail e a regional repassa essas orientações para que o serviço não fique interrompido, principalmente a parte de registro e avaliação de dados epidemiológicos”, informou Marcelo.

Sistema de Informação em Saúde Silvestre

Durante a reunião técnica, a referência técnica em vigilância epidemiológica da Regional de Saúde de Itabira, Camila Caetano Bispo Subtil, apresentou o Sistema de Informação em Saúde Silvestre - SISS-Geo, que visa identificar animais silvestres sadios, mortos ou doentes e ativar o alerta de doenças que podem ser transmitidas entre animais e pessoas, possibilitando rapidez nas ações de vigilância, prevenção e controle de surtos como os da febre amarela, raiva entre outras doenças. A referência técnica também fez uma apresentação do cenário da febre amarela na região.

“A finalidade do aplicativo é monitorar a saúde da fauna silvestre com a participação de todos. Gerar, a partir dos registros georreferenciadas informados pelos usuários, modelos de alerta de ocorrências de agravos na fauna silvestre, especialmente aqueles com potencial de acometimento de doenças em humanos, proporcionando de maneira rápida e eficiente, o fluxo de informações entre o Centro de Informação em Saúde Silvestre e os serviços de saúde, além de disponibilizar informações sobre os resultados das modelagens para a comunidade, tomadores de decisão e a sociedade”, destacou Camila.

Já no final da reunião, além da abertura para a participação dos municípios e da troca de conhecimento e alinhamento de dúvidas, a referência técnica em controle vetorial e serviço de campo, Antônio Carlos Rodrigues, da Regional de Saúde de Itabira, apresentou os dados dos municípios e destacou a importância do serviço de campo e do monitoramento de índices epidemiológicos serem realizados de forma adequada.

Arboviroses
As arboviroses são as doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, Zika vírus, febre chikungunya e febre amarela. Estas doenças são transmitidas por artrópodes, dentre eles, o mosquito Aedes aegypti, vetor responsável pela transmissão da dengue, Zika vírus e febre chikungunya. O inseto se reproduz em ambientes com água parada, por isso é sempre motivo de preocupação em período de chuvas.

Já no caso da febre amarela, o vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. Nas áreas urbanas, o vetor do vírus também é o Aedes aegypti.

Algumas ações podem evitar a proliferação do mosquito, como manter baldes, potes, bacias, tambores e caixa d’água limpos e vedados corretamente. Mas, em caso de contágio, é preciso ficar atento, pois segundo Antônio Carlos, os sintomas são semelhantes a outras Arboviroses e doenças hemorrágicas, podendo ser facilmente confundidos caso a vigilância não esteja ativa.

Por Flávio Samuel