Apesar de serem mais frequentes durante o período chuvoso e quente, os acidentes causados por animais peçonhentos acontecem ao longo de todo o ano. São ocorrências com animais como cobras, escorpiões, aranhas, lagartas, lacraias, abelhas e vespas, que se abrigam tanto em áreas urbanas quanto rurais, podendo ser encontrados nas proximidades das casas, jardins e parques. Dependendo do tipo do animal e do tempo para atendimento médico adequado, alguns casos podem levar à morte.
A fim de prevenir acidentes com esses animais, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) recomenda alguns cuidados a serem tomados nas residências (veja a lista abaixo).
Diferente dos animais venenosos, os peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam com dentes, ferrões, ou aguilhões – que são as estruturas por onde o veneno é injetado no corpo dos indivíduos. O veneno de animais peçonhentos também pode ter efeitos externos, causando reações como vermelhidão, irritação local, bolhas e coceira; e/ou internos, quando há ocorrência de envenenamento e choque anafilático.
Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net), desde 2018, em Minas Gerais, os casos envolvendo acidentes por animais peçonhentos ultrapassam 40.000 por ano. Este ano, já foram registrados 11.197 acidentes. Os casos envolvendo escorpiões representam mais de 76% do total das 199.301 ocorrências registradas entre 2018 e abril de 2022.
Também entre 2018 e 2022, foram registrados 305 óbitos no estado, envolvendo os diversos tipos animais peçonhentos da fauna local, dos quais 26 ocorreram em 2022. Os principais animais relacionados aos 305 óbitos ocorridos nesse período são escorpiões (185 casos), abelhas (52 casos) e as cobras jararaca, urutu-cruzeiro, caiçaca e jararacuçu (36).
Referência técnica de Acidentes por Animais Peçonhentos da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Andréia Kelly Roberto Santos explica que os acidentes por animais peçonhentos são classificados como leves, moderados e graves de acordo com o tipo e intensidade de sinais e sintomas apresentados pelo paciente. “A maioria dos acidentes causados por escorpiões, aranhas e lagartas são classificados como leves e não possuem necessidade de aplicação de soro”, afirma Andréia.
“Os soros indicados para o tratamento dos acidentes por animais peçonhentos são específicos para cada tipo de animal causador do acidente. Porém, para alguns acidentes, como aqueles causados por abelhas, lacraias e outros animais, ainda não existe soro”, completa a técnica da SES-MG.
Por isso, em caso de acidentes com qualquer desses animais, a orientação é procurar o mais rápido possível atendimento médico na Unidade Básica de Saúde mais próxima, para avaliação correta do tratamento adequado ao paciente, se é indicada a administração de soro e qual o tipo de soro recomendado.
“Estes soros antipeçonhentos estão disponíveis apenas em unidades públicas de saúde para que todos os pacientes tenham a mesma oportunidade de atendimento. Estas unidades são comumente chamadas de unidades de soroterapia e estão presentes em todo o Estado, de acordo com a capacidade de atendimento de cada uma e o número de acidentes que ocorrem nos municípios de cada Unidade Regional de Saúde”, informa Andréia.
Mais informações sobre as unidades de soroterapia no Estado estão disponíveis no link.
COMO PREVENIR ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS:
O QUE FAZER EM CASO DE OCORRÊNCIA DE ACIDENTE COM ANIMAL PEÇONHENTO: