A Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS Montes Claros) concluiu nesta sexta-feira, 1º/4, em Francisco Dumont, a realização de uma série de ações voltadas para a investigação da ocorrência de febre amarela envolvendo primatas não humanos. Os trabalhos começaram na segunda-feira, 28/3, com base em informações repassadas pela Secretaria Municipal de Saúde quanto à ocorrência de morte de macacos na zona rural.

Além da coleta de vísceras de animais que serão enviadas na segunda-feira (4/04), para serem analisadas no laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, a referência técnica das Coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Saúde da SRS de Montes Claros, Bartolomeu Teixeira Lopes, aproveitou a oportunidade para realizar a capacitação de profissionais de saúde dos municípios de Francisco Dumont e Jequitaí quanto aos procedimentos que devem ser adotados quando da ocorrência da morte de primatas.

01.04febreamarelasrsmontesclaros

“Aliado ao repasse de orientações teóricas e práticas referente à coleta e acondicionamento de vísceras de animais encontrados mortos para análise laboratorial, também realizamos a captura de mosquitos em áreas de mata. Com o treinamento dos profissionais o objetivo da Superintendência Regional de Saúde é descentralizar os serviços e, com isso, agilizar a investigação da ocorrência de animais sendo encontrados mortos na região. Caso o problema tenha como origem a ocorrência de febre amarela, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) terá condições de agilizar a tomada de providências junto com os municípios, visando conter o avanço da doença”, ressalta Bartolomeu Lopes.

Além de agentes de controle de endemias, as capacitações realizadas em Francisco Dumont contaram com a participação do coordenador de vigilância ambiental do município, Lucas Paulene Santos e da veterinária, Renata Katherine Fróes Ribeiro; de profissionais da área de entomologia do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNM), campus de Salinas, Filipe Vieira Santos, Cirilo Henrique Oliveira e Ramon Silva Oliveira; do supervisor de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Jequitaí, Kaique Edvaldo Xavier.

A doença

A febre amarela é uma doença febril aguda, de evolução rápida e de gravidade variável. Possui elevada letalidade nas suas formas mais graves. É transmitida por mosquitos e pernilongos infectados e não há transmissão de uma pessoa para outra.
É uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo caso suspeito (tanto morte de macacos, quanto casos humanos com sintomas compatíveis) deve ser prontamente comunicado aos gestores de saúde dos municípios em até 24 horas após a suspeita inicial. Em seguida, os serviços estaduais de saúde devem notificar ao Ministério da Saúde os eventos de febre amarela suspeitos.

No ciclo silvestre os macacos são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus. Já no ciclo urbano o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão da febre amarela ocorre a partir de vetores infectados, entre eles o mosquito Aedes aegypti, também transmissor da dengue, Febre Chikungunya e do Zika vírus.

Vacinação
Devido a ocorrência de mortes de macacos na região, a coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes alerta que, certamente, o vírus da febre amarela continua circulando na região.

“Por isso, todas as secretarias municipais de saúde têm sido constantemente orientadas pela Superintendência Regional de Saúde no sentido de mobilizar a população quanto à necessidade de vacinação. Além disso, os municípios precisam realizar a busca ativa das pessoas ainda não vacinadas, tanto nas zonas rurais como também urbanas, a fim de viabilizar o aumento da cobertura vacinal de uma doença que pode ser prevenida com vacinas disponibilizadas gratuitamente por meio do SUS”, ressalta a coordenadora.

Para a vacinação contra a febre amarela as recomendações são as seguintes: criança com nove meses de vida, uma dose; crianças com quatro anos de idade, uma dose de reforço; pessoas entre 5 a 59 anos de idade, não vacinado ou sem comprovante de vacinação, uma dose.

A pessoa que recebeu uma dose da vacina antes de completar cinco anos de idade está indicada a tomar uma dose de reforço, independente da faixa etária.

Por Pedro Ricardo