Agentes de controle de endemias (ACEs) de nove municípios da área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Passos estão participando de uma capacitação para identificação de larvas do mosquito Aedes aegypti. O trabalho – com abordagens teóricas e práticas em laboratório e carga horária de 40 horas –, realizado pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI) da SRS Passos em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São José da Barra,  começou na segunda-feira.

Foto: Ascom SRS Passos

        O município, por meio da SMS, é referência para os 27 municípios da Regional de Passos na capacitação e qualificação de profissionais para o enfrentamento das arboviroses. A capacitação é ministrada pela equipe de profissionais de São José da Barra e as abordagens teóricas contemplam as principais características morfológicas e diferenciais das larvas. Na parte prática, os agentes de endemias realizam o estudo das larvas e leitura das lâminas, feitos com auxílio de um microscópio. A partir da identificação do mosquito, o município pode definir estratégias de combate.

A capacitação teve início na segunda-feira pela manhã, com participações do prefeito Paulo Sérgio Leandro de Oliveira, do vice-prefeito André Luiz Lemos da Silva, secretário municipal de Saúde, Paulo Renato Gomes, da superintendente da SRS Passos, Kátia Rita Gonçalves, e da coordenadora do NUVEPI, Márcia Aparecida Silva Viana. Os tutores são as referências técnicas Gilmar Moreira Vilela (FUNASA/Ministério da Saúde) e Luiz Fernando Freire (supervisor de endemias da SMS de São José da Barra).

Os ACEs são dos municípios de Alpinópolis, Carmo do Rio Claro, Fortaleza de Minas, Ibiraci, Jacuí, Nova Resende, Pimenta, São Tomás de Aquino e Vargem Bonita. Segundo Márcia Viana, a equipe de zoonoses do NUVEPI constatou que nesses municípios faltavam profissionais capacitados em identificação larvária de vetores de arboviroses. “Imediatamente programamos essa capacitação, convidando esses municípios e, hoje, estamos aqui dando abertura”, disse.

Ao falar aos agentes, Kátia Gonçalves enfatizou o impacto social do trabalho dos ACEs e da importância de suas atividades para o enfrentamento das arboviroses. “As ações de vigilância que, de maneira rotineira e sistemática são desenvolvidas no enfrentamento das arboviroses, em especial a dengue, zika e chikungunya, têm um impacto na situação de saúde das pessoas e coletividade, além de oportunizar na definição de políticas públicas”, disse.

O secretário de Saúde de São José da Barra, Paulo Renato, lembrou de sua carreira na saúde pública como agente de endemias e também ressaltou a importância de todos aproveitarem a capacitação, para que o combate aos vetores das arboviroses seja eficiente nos municípios. “Se vocês se esforçarem, na sexta-feira, vocês estarão craques”, afirmou. “E voltem para seus municípios e façam o melhor trabalho que vocês puderem, que a população agradece, e vocês vão ajudar a identificar, diminuir ou não ter casos de arboviroses”, acrescentou Paulo Renato.

De acordo com o instrutor da capacitação, Gilmar Vilela, os agentes de endemias atuarão no laboratório de entomologia, para identificar as larvas e fase de pupa e saber diferenciá-las conforme as espécies aegypti, albopictus e mosquitos comuns.

“Isso é de grande valia, esse conhecimento para os municípios, para que eles possam dar bons resultados, de forma eficaz, para que gerarem relatórios de precisão quanto à classificação dessas larvas, sabendo se há positividade ou não para o Aedes aegypti. E, com esses resultados, desenvolverem suas ações de combate às arboviroses em seus respectivos municípios”, disse o instrutor.

O supervisor de controle de endemias de São José da Barra, Luiz Fernando Freire, atua como apoiador na capacitação dos ACEs. Segundo ele, cada município levou seu microscópio para fazer a prática de laboratório. “É a ferramenta com que eles vão trabalhar, vão receber o treinamento. E quando eles retornarem aos seus municípios, vão executar essas atividades lá”, explicou.

Por Enio Modesto