A Gerência Regional de Saúde (GRS) de Januária, por meio da Coordenação de Atenção à Saúde (CAS), realizou no dia 8 de março, terça-feira, oficina com os gestores municipais, coordenadores da Atenção Primária, Hospitais, Centros Estaduais de Atenção Especializada (CEAE) e Vigilância em Saúde que integram a sua jurisdição, com o intuito de discutir sobre o Plano de Enfrentamento à Mortalidade Materno Infantil.

18-03-22-GRSJanuaria

No evento foram abordados vários assuntos como conceitos, apresentação do Perfil Epidemiológico, dados consolidados sobre a análise de casos pela secretaria executiva do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal (CEPMMIF), os Objetivos Gerais e os Específicos do plano e sobre as Áreas Estratégicas, além de abertura de debate.

A mortalidade infantil é um importante indicador de saúde e condições de vida de uma população. Com o cálculo da sua taxa estima-se o risco de um nascido vivo morrer antes de chegar a um ano de vida. Valores elevados refletem precárias condições de vida, saúde e baixo nível de desenvolvimento social e econômico.

Em relação aos conceitos apresentados, foi abordada a Taxa de Mortalidade Infantil, que se caracteriza pelo quantitativo de óbitos de crianças com até 364 dias de vida para cada 1000 Nascidos Vivos (NV). Já a Mortalidade Neonatal é definida como a morte de um neonato (recém-nascido) antes de 28 dias de vida completos (0-27 dias de vida) e são decorrentes das condições socioeconômicas e da saúde da mulher, bem como a qualidade do pré-natal, parto e assistência ao recém-nascido (RN). A mortalidade Pós-neonatal (28-364 dias de vida) está relacionada ao acesso aos serviços de saúde, aos fatores determinados pelas condições de vida e características familiares, como condições socioeconômicas (em especial, a renda familiar), educação, acesso a saneamento básico e água tratada.

A taxa da mortalidade infantil por 1000 NV na GRS Januária em 2019 estava em 13,83%. Assim, surge a necessidade de desenvolver ações para reduzir as taxas da mortalidade que se apresentam ainda elevadas tanto pelos impactos de determinados aspectos como o racismo estrutural no acesso à saúde das mulheres negras, bem como as especificidades culturais e epidemiológicas da população indígena, povos e comunidades tradicionais.

Os comitês de mortalidade têm entre suas funções analisar a evitabilidade (casos evitáveis de mortalidade) que é o ponto de partida para a construção de recomendações de ações a serem modificadas, implantadas ou reorganizadas nos territórios para que situações semelhantes não se repitam.

O grupo de ações que mais impactam na redução dos óbitos classificados como evitáveis está relacionado ao cuidado com a mulher na gestação, no parto e o cuidado com o recém-nascido. Em relação aos óbitos pós-neonatais, as ações de diagnóstico e tratamento adequado das doenças comuns do primeiro ano de vida ganham relevância.

Portanto, implantar e implementar o Plano de Enfrentamento à Mortalidade Materna e Infantil de Minas Gerais tem a finalidade de reduzir o número de óbitos maternos e infantis por causas evitáveis em todo o território estadual. O período estipulado para sua implantação foi definido entre os anos de 2021 até 2023.

A coordenadora da Coordenação de Atenção à Saúde (CAS) da GRS Januária, Nayra de Oliveira Duarte, ressaltou que"a mortalidade materna e infantil por causas evitáveis infelizmente é uma realidade, mas passível de modificação por meio da organização das ações e serviços de saúde que, juntos com a gestão, com apoio técnico e logístico, podem modificar esse cenário. As oficinas permitiram que os profissionais pudessem discutir e propor ações para redução da mortalidade materna e infantil."

Por Giuliana Dias