Uma equipe da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) iniciou nesta segunda-feira, 21/2, uma visita técnica ao município de Espinosa com o objetivo de intensificar as ações voltadas para o controle das arboviroses, as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (dengue, febre chikungunya, zika vírus e febre amarela). O município do Norte de Minas registrou o primeiro óbito causado por dengue este ano no Estado.

23-02-22-Espinosa

A coordenadora de vigilância em saúde da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explica que a equipe técnica da SES-MG está avaliando outros casos suspeitos de dengue ocorridos neste ano em Espinosa. Os trabalhos tomam como base os prontuários e os fluxos de atendimentos realizados nos serviços de atenção primária em saúde e na rede hospitalar. “Dois óbitos suspeitos de terem sido causados por dengue ocorreram na zona rural, por isso é importante também investigar a relação com a febre amarela e orientar os profissionais de saúde sobre a necessidade do aumento das coberturas vacinais contra essa doença”, alerta a coordenadora.

Os técnicos da SES-MG também estão analisando os fluxos de atendimento de usuários dos serviços de saúde. A iniciativa visa apoiar o município caso as equipes dos serviços de atenção primária à saúde e do hospital municipal necessitem atualizar os protocolos de atendimentos de pacientes com suspeita de terem contraído dengue, febre chikungunya, zika vírus ou febre amarela.

Outro ponto de atenção da SES-MG está sendo o repasse de orientações aos profissionais de saúde de Espinosa quanto à vigilância laboratorial, com a coleta de amostras para realização de exames com o objetivo de identificar o sorotipo circulante no município.

Agna Menezes lembra que, em janeiro deste ano, a Secretaria de Estado da Saúde já apoiou o município de Espinosa nas ações de combate à proliferação do Aedes aegypti. Devido ao alto índice de infestação do mosquito, foi necessária a aplicação de inseticida na área urbana com utilização de equipamentos de Ultra Baixo Volume Veicular (UBV) e aerosystem, no interior de domicílios.

Já o Laboratório Macrorregional da SES-MG, sediado em Montes Claros, tem realizado a análise de amostras coletadas pelos serviços de saúde de Espinosa para identificação das doenças que estão acometendo a população.

Os trabalhos da equipe técnica contam com a participação da coordenadora estadual de Vigilância do Óbito, Salete Maria Novaes Diniz; da referência técnica da Coordenadoria Estadual de Arboviroses, Elizabeth Regina; da referência técnica do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (CIEVS-MG), Maria Carolina Santos Maciel; do coordenador de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, Valdemar Rodrigues dos Anjos, e das referências técnicas de Vigilância Ambiental Ildenir Meirelles e Ronildo Barbosa e a referência técnica em vigilância das Arboviroses, Cássia Nely Morais.

 

NOTIFICAÇÕES

Até 15/2, Minas Gerais registrou 4.791 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Desse total, 1.289 casos foram confirmados para a doença. Um óbito foi confirmado pela doença no Estado, e dois óbitos são investigados, até o momento.

Em relação à febre chikungunya, foram registrados 317 casos prováveis da doença, dos quais 30 foram confirmados. Até então, não há nenhum caso de óbito confirmado, ou mesmo investigado, por chikungunya em Minas.

Quanto ao vírus zika, foram registrados 9 casos prováveis, sendo 3 confirmados para a doença. Também não há óbitos por zika em Minas Gerais até o momento.

Desde 2018 não há registros de casos nem de óbitos por febre amarela urbana em Minas Geais.

As SES-MG monitora a incidência de arboviroses e publica regularmente o Boletim Epidemiológico, disponível em:

https://www.saude.mg.gov.br/images/2022/22.02Boletim%20Arboviroses%20n%C2%BA%20233.pdf

 

PREVENÇÃO

Não há vacina contra dengue, zika e chikungunya. A forma mais eficaz de evitar a doença é combatendo a proliferação do mosquito transmissor. A principal orientação é eliminar focos de água parada, com a adoção de medidas rotineiras, como tampar tonéis e caixas d’água; manter as calhas sempre limpas; deixar garrafas sempre viradas com a boca para baixo; limpar semanalmente de vasos de plantas ou completá-los com areia; e limpar com escova ou bucha os potes de água para animais.

Em relação à febre amarela, além da atenção à proliferação do mosquito transmissor, a vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta vacina contra febre amarela para a população, gratuitamente, em qualquer época do ano. Uma única dose da vacina basta para proteção para toda a vida.

Por Pedro Ricardo