Nas últimas terça e quarta-feira (15 e 16/02), a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberaba recebeu treinamento para uso e manuseio dos novos larvicida (Espinosade) e inseticida adquiridos pelo Ministério da Saúde para combater a larva e o mosquito Aedes aegypti, transmissor das Arboviroses, no território nacional.

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O Treinamento, direcionado aos supervisores de endemias dos 27 municípios da macrorregião Triângulo Sul, ocorreu de forma presencial no anfiteatro da prefeitura de Uberaba, quando foi abordada a parte teórica, e também na Central Regional de Ultra Baixo Volume (UBV), situada no Distrito Industrial III, para a parte prática.

Um dos instrutores, o engenheiro agrônomo Nivaldo Carlucci, acompanhado dos gerentes regionais da empresa fabricante dos novos larvicidas, José Teodoro Figueiredo e Christian Rezende, repassou instruções de utilização do larvicida que, segundo ele, é de utilização mais fácil e segura. Enquanto o produto anterior vinha em forma de granulado e precisava ser medido na hora da aplicação, este é uma pastilha efervescente de utilização direta na água.

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Além disso, “o larvicida é biológico, oriundo da fermentação de uma bactéria, e não oferece toxidade ao trabalhador, nem a animais domésticos e silvestres, mas é eficaz na eliminação das larvas do mosquito” explica Carlucci. Também foi oferecido treinamento para utilização do novo inseticida que será usado nas atividades de UBV para eliminação do mosquito adulto. O produto é utilizado em dosagem cerca de um terço menor que o anterior e pode ser administrado mais rapidamente nos veículos, o que acaba gerando economia aos serviços de saúde.

Segundo Denise Maciel, coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SRS Uberaba, o treinamento é fundamental, já que “são preocupantes os resultados do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) de janeiro deste ano. Sete municípios da macrorregião apresentaram Índice de Infestação Predial acima de 4,0, o que significa alto risco de epidemia. Com relação aos principais depósitos identificados (criadouros), houve predominância de recipientes do grupo B (32,4%), ou seja, vasos e frascos com água, pratos, pingadeiras, recipientes de degelo de refrigeradores, bebedouros e pequenas fontes ornamentais, seguido dos recipientes do grupo D2 (23,5%), que são relacionados ao lixo, recipientes plásticos, latas, sucatas em pátios e ferro velhos e entulhos”.

Ainda segundo ela, “é fundamental que cada município tome conhecimento de sua realidade e implemente ações de controle do Aedes aegypti envolvendo a comunidade para que não tenhamos uma epidemia neste momento delicado da saúde. O uso adequado dos inseticidas e larvicidas complementa o trabalho, mas não podemos esquecer da participação da sociedade nessa luta”.

Para o chefe do controle de endemias do município de Sacramento, Newton Cesar Cassimiro, o treinamento é mais uma arma para combater o mosquito, com a vantagem de o agente ter menos contato com o produto e do mesmo ter ação mais rápida. Ele afirma que “o município se encontra em alto risco para o Aedes aegypti, por isso estamos realizando tratamento focal, eliminação mecânica, educação em saúde, tratamento químico, fazendo bloqueio a partir de notificações e mutirões de limpeza” conclui. 

Por Sara Braga