O Grupo de Análise e Monitoramento da Vacinação (Gamov) em Minas Gerais realizou nesta terça-feira (01/02) videoconferência com os municípios da área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros. O objetivo foi alinhar, junto aos gestores de saúde, ações voltadas para o aumento das coberturas vacinais contra a covid-19 e a febre amarela. O evento contou com a participação de representantes dos municípios, da coordenadora do Gamov em Minas Gerais, Janaína Fonseca Almeida; da referência técnica da Coordenadoria Estadual de Atenção Primária à Saúde, Kátia Ramos Pereira; gestores do Conselho de Secretarias de Saúde de Minas Gerais (Cosems); da coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS-Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes e da superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques.

Prefeitura de São João da Lagoa

Durante a videoconferência, Janaína Fonseca destacou a necessidade de os municípios intensificarem ações de mobilização da população que reforcem a importância de manter as cadernetas de vacinação em dia, não só em relação à imunização contra a covid-19, mas também de outras doenças evitáveis por meio de vacinas disponibilizadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Dados da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) apontam que sete municípios da área de atuação da SRS-Montes Claros apresentam alto grau de alerta por apresentarem baixas coberturas vacinais para o momento atual da campanha. Os municípios com menores percentuais de cobertura são: Padre Carvalho (57,4%); Botumirim (65,2%); Indaiabira (66,9%); Mirabela (67%); Pai Pedro (73,9%); Taiobeiras (73%) e Vargem Grande do Rio Pardo (75,2%).

Outros 30 municípios estão classificados com o grau de alerta médio, com índices de cobertura vacinal contra a covid-19 alcançando 86,2%. São Eles: Berizal; Francisco Sá; Jaíba; Matias Cardoso; Rio Pardo de Minas; Bocaiúva; Cristália; Gameleiras; Grão Mogol; Itacambira; Josenópolis; Riacho dos Machados; Santo Antônio do Retiro; Serranópolis de Minas; Verdelândia; Capitão Enéas; Catuti; Coração de Jesus; Espinosa; Francisco Dumont; Fruta de Leite; Jequitaí; Joaquim Felício; Lagoa dos Patos; Mamonas; Montezuma; Nova Porteirinha; Olhos D´Água; São João do Pacuí e São João do Paraíso.

FEBRE AMARELA

A SES-MG também alerta os municípios quanto à necessidade de intensificar a busca ativa da população não vacinada contra a febre amarela. O vírus causador da doença continua circulando na região. Em 2021, foram encontrados primatas mortos nos municípios de Coração de Jesus, Juramento e São João da Lagoa.

Embora entre 2019 e 2021 a o Estado tenha repassado mais de 115 mil doses de vacinas contra a febre amarela aos 86 municípios que compõem a macrorregião de saúde do Norte de Minas, a estimativa é de que 174.825 pessoas não estão com o esquema vacinal completo.

Dados da Secrearia estimam que 18.062 crianças e adolescentes até 14 anos não estão imunizados contra a febre amarela. Outras 152.610 pessoas, com idade entre 15 e 59 anos não vacinaram ou estão com o esquema de imunização incompleto. O mesmo acontece com 4.151 pessoas com idade acima de 60 anos.

Em 25 municípios que compõem a área de atuação da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Januária a estimativa é de que 17.081 pessoas não estão imunizadas contra a febre amarela. Já em sete municípios da GRS de Pirapora são 13.707 pessoas não vacinadas contra a doença.

Por outro lado, a estimativa do maior contingente de pessoas não imunizadas contra a febre amarela está em 54 municípios da área de atuação da SRS-Montes Claros. São 144.037 pessoas.

Em 23 municípios, onde 67.162 pessoas não estão imunizadas, a cobertura vacinal contra a febre amarela está abaixo de 95%. São eles: Rubelita (67,45%); Novorizonte (74,54%); Francisco Sá (75,32%); Nova Porteirinha (78,89%); Itacambira (85,82%); Mato Verde (80,77%); Joaquim Felício (82,09%); Verdelândia (83,04%); Pai Pedro (87,04%); Santa Cruz de Salinas (89,85%); Indaiabira (87,38%); Berizal (90,96%); Capitão Enéas (90,74%); Grão Mogol (90,38%); Montezuma (94,71%); Mirabela (94,07%); Janaúba (93,97%); Coração de Jesus (93,84%); Salinas (93,70%); Rio Pardo de Minas (92,97%); Porteirinha (92,12%); Espinosa (91,49%) e Taiobeiras (90,34%).

MONTES CLAROS

Em Montes Claros – maior população do Norte de Minas – embora a cobertura vacinal contra a febre amarela esteja em 96,06%, dados da SES-MG apontam que 61.370 pessoas estão com o esquema vacinal incompleto.

Na faixa etária de um ano, 2.555 crianças não estão vacinadas contra a febre amarela, índice aumenta para 58.815 pessoas com idade entre 15 e 59 anos.  

ACOMPANHAMENTO ESTRATÉGICO

Os municípios devem manter as equipes de vacinação completas para o atendimento da população, registro, inserção e monitoramento de dados nos sistemas de cadastro de imunização do Ministério da Saúde. Isso permitirá que tanto os próprios municípios como o Ministério da Saúde e a SES-MG façam o acompanhamento das coberturas vacinais e, em caso de necessidade, adotem outras estratégias de apoio aos municípios para a busca ativa da população não imunizada.

A Coordenadoria de Atenção Primária à Saúde da SES-MG ressalta a importância da integração de ações entre os serviços de vigilância epidemiológica e de atenção primária dos municípios. Os agentes de controle de endemias e os agentes comunitários de saúde devem realizar visitas domiciliares em conjunto, alertando a população para a importância do combate ao mosquito Aedes aegypti transmissor de dengue, febre chikungunya e zika.

Os agentes de saúde também devem orientar a população quanto aos cuidados com as doenças respiratórias, além de monitorar os cartões de vacinas da população a fim de evitar que doenças que atualmente estão sob controle venham a ser novamente uma preocupação em razão dos baixos índices de cobertura vacinal, como é o caso da febre amarela.

Uma recomendação é que todas as unidades de saúde dos municípios disponham de salas de vacinas para facilitar o atendimento da população. As unidades devem funcionar em horários alternativos (à noite e nos finais de semana), para possibilitar às pessoas que trabalham durante o dia tenham outras opções de acesso aos serviços de saúde.

Por Pedro Ricardo