Com objetivo de melhorar o atendimento aos usuários do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e garantir a articulação da rede assistencial, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) publicou, em 2020, a Resolução nº 7168, que garante incentivo financeiro para os municípios contratarem supervisores clínicos-institucionais.

Crédito: Lilian Cunha

Na área de abrangência da Unidade Regional de Saúde (URS) de Uberlândia há oito municípios que se enquadram nos requisitos da norma, totalizando quinze Caps. Há serviços que estão iniciando a supervisão e outros estão em etapas intermediárias ou mesmo finalizando o projeto que tem a duração de um ano. Para compartilhar as conquistas e dificuldades, a URS-Uberlândia promoveu uma mostra de trabalhos da supervisão clínico-institucional da Rede de Atenção Psicossocial (Raps). A apresentação das vivências ocorreu em dois momentos: microrregião de Patrocínio/Monte Carmelo no dia 9/12 e microrregião de Uberlândia/Araguari no dia 16/12. Houve a participação das equipes e supervisores envolvidos no projeto regional e referências estaduais e municipais em Saúde Mental de várias outras regiões de Minas Gerais.

A diretora de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da SES-MG, Lírica Salluz Mattos Pereira, participou da abertura e ressaltou que a supervisão clínico-institucional é uma estratégia que a SES-MG efetivou para fortalecer a Raps nos territórios. “O intuito é que toda a rede de saúde discuta e realize as articulações e intervenções necessárias para a qualificação do cuidado na assistência em Saúde Mental, garantindo um melhor atendimento ao usuário”, disse. A diretora ainda complementou sobre a possibilidade de fazer uma mostra estadual promovida pela SES-MG, Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG) e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG). “Vamos discutir no grupo técnico a realização de um momento que contempla experiências de todas as regiões”, finalizou.

Ana Regina Machado, doutora em saúde coletiva da ESP, pontuou a parceria entre SES-MG e ESP-MG para a educação permanente em saúde dos profissionais. “A supervisão é um espaço formativo, em que as práticas cotidianas são colocadas em análise, discutidas e novas estratégias são construídas de forma coletiva. O compartilhamento das experiências é uma riqueza em que todos saem ganhando.”

A referência técnica regional em Saúde Mental, Maria Lúcia dos Reis, comentou que o projeto de supervisão e intervenção qualificada veio durante a pandemia e os municípios estão tendo a oportunidade de transformar o momento em oportunidade. “Com a supervisão, as equipes estão tomando novo fôlego para reestruturar os serviços que necessitam ser adaptados neste novo contexto.”

O município de Monte Alegre de Minas completou um ano de supervisão clínico-institucional na Raps e apresentou os avanços conquistados pela equipe. “Estamos articulando melhor com o Pronto Atendimento e Unidades Básicas de Saúde, buscamos ampliar os atores-intersetoriais envolvidos no processo, ouvimos dos pacientes o que eles querem e priorizamos a humanização do atendimento”, destacou a coordenadora municipal do Caps, Maria José Fonseca Parreira. Após a intervenção clínico-institucional, Monte Alegre de Minas criou o protocolo municipal de fluxo para serviço de urgência e Saúde Mental para melhor otimização da rede.

Para Ricardo Dias da Silva, enfermeiro da equipe do Caps de Patrocínio, a supervisão trouxe mudanças em sua vida pessoal e profissional. “Melhorou a cooperação entre a equipe e a abordagem aos pacientes e seus familiares.”

Por Lilian Cunha