A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realiza, de 15 a 17/12, o Seminário Estadual sobre Arboviroses, no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. O encontro, que tem como proposta alinhar as ações de controle no estado e orientar sobre medidas, fluxos e protocolos de respostas às doenças causadas pelas arboviroses, é voltado para os servidores das Unidades Regionais de Saúde, técnicos e gestores municipais.

Crédito: Fábio Marchetto

O evento, além de discutir o cenário epidemiológico e as perspectivas para conter as doenças no estado, aborda também os desafios de mobilização para o enfrentamento às arboviroses em tempos de pandemia. “O seminário é muito importante para mobilizar gestores e trabalhadores da rede SUS de Minas Gerais no enfrentamento às arboviroses, principalmente no período considerado sazonal, de dezembro deste ano até maio do ano que vem, pelo aumento de casos de zika, dengue, chikungunya e febre amarela nos municípios. Essas doenças têm aumento no período chuvoso e úmido”, explica a coordenadora estadual de Vigilância das Arboviroses, Danielle Costa Capistrano Chaves.

Como enfrentamento a essas doenças, Capistrano informa que o Estado de Minas Gerais recentemente atualizou o Plano Estadual de Contingência para Arboviroses, traçando indicadores que apontam para cenário de menor a maior risco, e o planejamento para preparo e ações de respostas complementares às ações municipais. “Também foram mobilizados recursos, insumos e equipes, além de repasse financeiro para fomentar ações de enfrentamento das arboviroses aos municípios”, comenta.

Para a coordenadora, é essencial manter a vigilância e os cuidados constantes para agravos, doenças e desastres que possam deflagrar emergências em saúde pública. “Minas Gerais registrou no período de 2010 até 2019 quatro epidemias por dengue e eventos de importância de casos com crianças com microcefalia em decorrência da zika e aumento de casos de chikungunya”, disse.

Durante abertura do evento, a chefe de gabinete da SES-MG, Marina Cury, destacou os trabalhos realizados pelas equipes da Secretaria e das Regionais e a relevância na consolidação das políticas de enfrentamento às arboviroses. “Em tempos de pandemia, os desafios são muitos, mas com a realização do seminário e as trocas de experiências que iremos ter, estaremos mais preparados”, disse.

O seminário também promove intercâmbio de conhecimentos, qualificação e experiências de mobilização. “Mesmo com a pandemia da covid-19, os gestores e população precisam estar atentos aos riscos e cuidados necessários para o combate ao Aedes e prevenção aos casos de adoecimentos”, ressalta Capistrano. Para a coordenadora, os desafios no enfrentamento às arboviroses em tempos de covid-19 são: manter os trabalhos dos agentes de campo na visita casa a casa e organizar a porta de entrada da assistência na demanda espontânea tomando-se os devidos cuidados frente ao covid-19.

O consultor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas)/Organização Mundial da Saúde (OMS), Carlos Frederico, ressaltou na abertura do encontro a importância do Estado na construção de políticas de enfrentamento às arboviroses e a vanguarda na gestão das propostas. “Minas Gerais é uma escola para toda a América. O que se aprende aqui é levado a várias regiões da América”, disse.

Cenário 2022

As análises das informações da Vigilância Epidemiológica apontam para um possível cenário de maior preocupação com o aumento do número de casos de dengue e chikungunya no período do verão de 2022. A orientação é que população, trabalhadores de saúde e gestores redobrem os esforços, eliminando os criadouros do Aedes.

Campanha Dengue Tchau

A campanha publicitária 2021, Dengue Tchau, realizada pela SES-MG, foi apresentada pelo publicitário André Aguiar Rocha Lima. Segundo ele, o intuito foi desenvolver uma campanha que fosse ao mesmo tempo educativa, informativa e que pudesse chegar às pessoas com adequação e qualidade. “O objetivo foi conscientizar o público sobre a importância do combate aos focos do mosquito e incentivar a adoção de novos hábitos, por meio da apresentação de ações simples que poderiam ser realizadas dentro de casa”, pontuou.

Outra proposta interessante da campanha foi trazer as crianças para o diálogo. Mais receptivas, elas se tornaram potenciais propagadoras da mensagem de conscientização e protagonistas da campanha, ajudando os adultos a se mobilizarem e efetivarem ações necessárias de prevenção. O que ocorreu com a adesão da população ao ‘jingle’ da campanha que conseguiu contagiar a todos na proposta de dar um “Tchau para a Dengue”.

Cenário Epidemiológico

De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado pela SES-MG, em Minas Gerais, até 29/11 foram registrados 24.065 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Desse total, 15.255 casos foram confirmados para a doença. Foram confirmados seis óbitos por dengue em Minas Gerais, até o momento.

Em relação à febre chikungunya, foram registrados 6.323 casos prováveis da doença e, desse total, 5.344 casos foram confirmados. Foi confirmado um óbito por chikungunya em Minas Gerais, até o momento.

Já em relação à zika, foram registrados 95 casos prováveis e, desse total, 25 confirmados. Não foram confirmados óbitos por zika em Minas Gerais até o momento. 

Mobilização Social

A Rede Estadual de Mobilização Social, coordenada pela Ascom/SES-MG, atuará no Plano de Enfrentamento às Arboviroses. A pauta estará presente em Mesa Redonda com o tema:  “Desafios da Mobilização Social em Tempos de Pandemia”, na sexta-feira, 17.

Por Renato Crispiniano