A necessidade das secretarias municipais de saúde de intensificar as ações de prevenção e eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti marcou o primeiro dia do encontro que a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros iniciou nesta quarta-feira, 3, envolvendo profissionais de saúde de municípios da microrregião de Montes Claros. Até sexta-feira, 5, agentes de controle de endemias e coordenadores de Vigilância Epidemiológica e de saúde vão avaliar as estratégias para o controle do mosquito Aedes ageypti, transmissor de arboviroses, incluindo a febre amarela.

Crédito: Pedro Ricardo

Na abertura do encontro o coordenador de Vigilância Epidemiológica da SRS, Valdemar Rodrigues dos Anjos, ressaltou a importância dos municípios na elaboração dos planos de contingência para o enfrentamento do Aedes aegypti entre dezembro deste ano a maio de 2022, levando-se em conta a intensificação do período de chuvas. O coordenador alertou que há previsão de que em 2022 poderá haver o aumento das notificações de dengue, Febre Chikungunya e do Zika vírus.

“As notificações das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é de fundamental importância para orientar as ações a serem implementadas pelos municípios, bem como pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), visando conter o avanço da dengue e das demais doenças transmitidas pelo Aedes. Assim como aconteceu nos anos de 2010, 2013, 2016 e 2019, a previsão é de que em 2022 teremos novo período sazonal de aumento dos casos notificados de arboviroses e os serviços de saúde precisam estar preparados para atender as demandas da população”, alertou o coordenador.

A referência técnica da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica da SRS-Montes Claros, Cássia Nely Morais, reforçou a importância da articulação dos serviços de saúde dos municípios para conter a proliferação do Aedes aegypti, levando em conta que isso acontece em virtude do acúmulo de água que acaba servindo para a proliferação de mosquitos.

Ao apresentar o cenário epidemiológico das arboviroses, Cássia Nely destacou que entre 2019 e 2020 o Norte de Minas teve 74.921 casos prováveis de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Já no período de 2020/2021 os casos caíram para 28.318 notificações, com o registro de quatro óbitos confirmados por dengue e um causado pela Febre Chikungunya.

O primeiro dia do encontro, que está sendo realizado no auditório do Consórcio Intermunicipal Multifinalitário da Área Mineira da Sudene (Cimams), em Montes Claros, contou com a participação da médica, Carolina Lamac, que ministrou palestra sobre os aspectos mais importantes que os profissionais de saúde devem observar com relação à dengue, febre Chikungunya, Zika vírus e a febre amarela.

A elaboração ou atualização dos planos de contingência para enfrentamento das arboviroses; a instalação dos comitês municipais; a mobilização e educação em saúde; segurança e higiene no trabalho; a atuação integrada dos serviços de Vigilância em Saúde com a Atenção Primária no atendimento das demandas da população em relação às arboviroses também foram temas abordados no primeiro dia do encontro.

Nesta quinta-feira, 4, as referências técnicas da Superintendência Regional de Saúde, Ronildo Barbosa e Ildenir Meireles vão falar sobre o reconhecimento geográfico dos municípios nas ações de controle das arboviroses; a realização dos levantamentos dos índices de amostragem de focos do Aedes aegypti; controle vetorial e supervisão das ações realizadas.

Sexta-feira 6, o encontro será encerrado com a realização de treinamento prático para agentes de controle de endemias na utilização dos equipamentos de Ultra Baixo Volume (UBV) para eliminação de focos do Aedes aegypti em áreas abertas e do aerosystem que é utilizado para aplicação de inseticida piretróide no interior de domicílios. O equipamento possibilita maior segurança tanto para os profissionais de saúde como, também, para as pessoas que utilizam os imóveis nos quais são identificados a existência de focos do Aedes.

Planos

A coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS-Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, destaca a importância dos municípios concluírem a elaboração dos planos de contingência para o enfrentamento das arboviroses urbanas e a febre amarela. O prazo termina dia 31 de dezembro, juntamente com a implantação dos comitês municipais de enfrentamento das arboviroses. Os planos terão o objetivo de intensificar as medidas de prevenção, monitoramento, controle e resposta durante o período sazonal.

Para a elaboração do Plano de Contingência e implementação de ações estratégicas relativas às arboviroses, a SES-MG já disponibilizou R$ 3 milhões 673 mil para os 86 municípios da macrorregião de Saúde Norte. O repasse dos recursos está previsto na Resolução 7.733, publicada dia 22 de setembro.   

Por Pedro Ricardo