Por meio do 1º Webinário Regional sobre Febre Amarela, a Unidade Regional de Saúde (URS) de Ubá alinhou procedimentos e orientações junto aos 31 municípios de sua jurisdição quanto à Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde contra a febre amarela. A ação decorre do alerta emitido pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), que em exames laboratoriais realizados em agosto deste ano pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, constatou a ocorrência da morte de primatas não humanos nos municípios do norte de Minas (Ubaí e Icaraí de Minas), vítimas da febre amarela.

Divulgação

Prevenção

Ainda que as epizootias registradas estejam distantes geograficamente da área da URS Ubá, os municípios devem intensificar ao máximo as ações de vigilância sobre a febre amarela. “É importante destacar que desde maio de 2018 não há confirmação laboratorial de caso humano por febre amarela em Minas Gerais. Porém, o estado constitui território de risco para transmissão da febre amarela por ser área vulnerável e receptiva para os vetores e histórico recente de circulação do vírus amarílico. Por isso, ainda que os casos em primatas não humanos estejam em considerável distância, optamos por nos anteceder com ações de prevenção em nossa região”, pontuou Hélcio Carlos Gonçalves Cruz, referência técnica em Endemias da URS Ubá.

Foi orientado às secretarias municipais de saúde realizarem o levantamento da cobertura vacinal da população, que é a forma mais eficaz de proteção contra a doença. “Pedimos que seja feita busca ativa das pessoas que não se vacinaram contra a febre amarela, principalmente adultos, grupo que registra maior abstinência em campanhas de imunização. Imunização é a forma de prevenção principal. Também é preciso orientar a população quanto ao uso de repelentes contra mosquitos, destacando que os macacos não são transmissores da febre amarela. Pelo contrário, são nossos principais indicadores de perigo de que o vírus da doença, transmitido por mosquitos, está circulando na região”, enfatizou o coordenador da Vigilância em Saúde da URS Ubá, Fábio Vieira Ribas.

A doença

A febre amarela é uma doença viral aguda, transmitida ao homem e a primatas não humanos (macacos), pela picada dos mosquitos infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano. Em áreas de mata, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes. Já nas áreas urbanas, o vetor do vírus é o Aedes aegypti.

A doença é caracterizada por febre, dores no corpo, dor de cabeça, comprometimento do fígado e dos olhos e pele amarelada. Em casos mais graves, causa insuficiência hepática e renal, levando à morte. “A maioria das pessoas melhora após os sintomas iniciais, porém, cerca de 15% dos pacientes apresentam melhora durante um período curto, que pode ser de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem a forma mais grave da doença. Neste estágio, pode acontecer comprometimento do fígado, hemorragias (sangramentos) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Por isso, é importante procurar o Posto de Saúde mais próximo logo no início dos sintomas para ter acesso ao tratamento correto”, ressaltou Cléverson Mosqueira, médico do Núcleo de Vigilância Epidemiológica.

Vacinação

A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre amarela. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta vacina contra febre amarela para a população. “Desde 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas, se a pessoa recebeu uma dose da vacina antes de completar cinco anos de idade, está indicada a dose de reforço, independentemente da idade que tiver”, destacou Wallan McDonald, referência técnica em Imunização da URS Ubá.

A vacina é indicada para:

• Crianças, ao completarem 9 meses de vida, devem tomar 1 (uma) dose;

• Crianças, ao completarem 4 anos de idade, devem tomar a dose de reforço;

• Pessoas de 5 a 59 anos de idade, não vacinadas ou sem comprovante de vacinação, devem tomar 1 (uma) dose;

• Pessoas que receberam apenas 1 (uma) dose da vacina antes de completarem 5 anos de idade devem tomar 1 (uma) dose de reforço;

Quem já se vacinou dentro destes parâmetros não precisa se vacinar novamente, pois a imunização dura por toda a vida.

Importante: Toda pessoa que reside em áreas com recomendação da vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para essas áreas deve se imunizar.

 

Por Keila Siqueira de Lima