O Colegiado Regional de Saúde Mental dos municípios sob jurisdição da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Januária realizou uma série de palestras durante o mês setembro, a fim de sensibilizar e promover discussões relacionadas ao Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio, e a valorização da vida. As discussões abordaram questões relacionadas às crianças e adolescentes; adultos e profissionais de saúde.

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Participaram dos eventos profissionais de saúde; membros do Colegiado Regional de Saúde Mental; gestores municipais de saúde; gerentes de unidades de saúde/hospitais.

O ciclo de palestras, que contemplou diversos assuntos dentro do tema saúde mental, foi realizado ao longo do mês. Em 3/9,  Celma da Silva Marinho, psicóloga infantojuvenil, ministrou Setembro Amarelo – Abordagem para assistência de crianças e adolescentes; no dia 17/9, a palestra foi: Orientações para atuação profissional frente a situações de comportamento suicida, por Andréa Cristina Alves, doutora em enfermagem psiquiátrica pela EERP/USP;    e no dia 24/9, Estilo de vida saudável: a importância do autocuidado pelo profissional de saúde, cuja palestrante foi Ana Cláudia Miranda de Pinho, coordenadora de enfermagem no Hospital Dr. Alpheu Gonçalves de Quadros, em Montes Claros.

O Colegiado Regional de Saúde Mental foi instituído em 2017, por meio da RESOLUÇÃO SES/MG N° 5259 DE 27 DE ABRIL DE 2016, e desde então busca fortalecer e qualificar os serviços de saúde dos territórios favorecendo o cuidado aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente pessoas em sofrimento mental e que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas.

A saúde é definida como completo bem-estar físico, mental e social pela Organização Mundial de Saúde (OMS), destacando que não se trata apenas de ausência de doença. Logo, o cuidado em saúde mental precisa ser pensado e realizado considerando todos os determinantes diretos ou indiretos relacionados às pessoas, famílias e comunidades.

 De acordo com a psicóloga infantojuvenil, Celma da Silva Marinho, “a palestra para o Colegiado Regional de Saúde Mental, teve como objetivo abordar questões desde a infância até a adolescência, para compreendermos sobre esse universo, que é lindo e desafiador. Na oportunidade, foram abordados diversos temas, como: compreender a infância; questões próprias do desenvolvimento infantil e também a adolescência com suas peculiaridades, levando em consideração, a importância que a família tem, nessas fases da vida; abordagem na infância e adolescência sobre o suicídio; como é possível prevenir; alguns fatores de risco; tratamento; o papel dos profissionais da saúde em acolher o sofrimento dessa criança e adolescente, quando pensa ou tenta contra a própria vida. Foi falado, também, sobre a automutilação, prática observada entre adolescentes, que demonstra sofrimento emocional que extrapola para a dor física, com o intuito de alívio”. Para Celma, “fazer parte desse momento foi de grande valia, uma vez que a infância e adolescência, são fases complexas e precisam de um olhar sem julgamento e muito acolhimento”, finalizou.

A psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) I de Varzelândia, Jocimara Abreu, comentou que “a palestra de Celma sobre a abordagem a crianças e adolescentes é muito importante para os profissionais, já que esse tipo de atenção requer habilidades de escuta, empatia, e capacidade em contextualizar o caso que é multifatorial e complexo”. Ela ainda acrescentou: “Ações do colegiado que visam a educação continuada atingem o objetivo de fortalecimento das políticas públicas em saúde do SUS, momento de aperfeiçoamento ímpar.

A palestrante Andrea Cristina Alves realizou a apresentação sobre a temática da atuação profissional frente a situações de comportamento suicida. Orientou o grupo e citou formas diferenciadas para abordagem nas mídias sociais e nos atendimentos nos serviços de saúde, tendo em vista que “a compreensão sobre o suicídio precisa ir além de interpretações que o reduzam a um fenômeno de ordem meramente biopsíquica, fazendo-se necessário levar em consideração sua natureza complexa, o que exige pensá-lo também a partir de dimensões históricas, socioambientais, culturais e econômicas” (BRASIL, 2017 a; MINOIS, 2018).

“O que promove prevenção não são somente palestras, são ações integradas que devem ser culturalmente adaptadas, em sintonia com o público ao qual você se dirige”, destacou Andrea.  

A enfermeira Ana Cláudia Miranda de Pinho agradeceu à GRS de Januária e ao colegiado Regional de Saúde Mental, pelo convite para ministrar a palestra sobre tema tão relevante. “Foi muito gratificante poder compartilhar a importância do profissional de saúde olhar com carinho para si próprio ao ponto de dedicar-se ao autocuidado e ao estilo de vida saudável.”  Ela destacou, ainda, que “para cuidar do outro, precisamos estar bem primeiro! Espero que a cada dia tomemos consciência que a nossa qualidade de vida depende das escolhas que fazemos hoje e que nossa vida importa sim”.

A escolha dos temas para o Setembro Amarelo do Colegiado Regional de Saúde Mental considerou os públicos que mais procuraram os serviços de saúde ou foram alvo de pensamentos ou comportamentos suicidas, em especial na pandemia de covid-19. “Iniciamos o mês entendendo um pouco da abordagem com criança e adolescentes, passando pelo público adulto e fechando com aqueles que mais se dedicaram a cuidar dos outros, os profissionais de saúde, e que necessitam também de olharem para si – autocuidado, destacou Nayra Duarte, coordenadora de Atenção à Saúde da GRS Januária.

 

Por Giuliana Dias Luz