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A Gerência Regional de Saúde (GRS) de Januária, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI), vem realizando diversas ações para  combater a febre amarela nos municípios de sua jurisdição, diante do registro de casos positivos de epizootias. Na sexta-feira (17/9), a referência técnica de Imunização da Regional, Iolanda Vieira dos Santos, realizou videoconferência para  abordar a importância da intensificação da vacinação contra febre amarela nos municípios com epizootias confirmadas.

 Durante o encontro, foi apresentada atualização das orientações quanto ao imunobiológico, esquema vacinal, vacinação simultânea, dose de reforço, precauções e contraindicações à vacina.  Foi falado, também, sobre dados de cobertura vacinal de rotina, assim como a orientação para que todos fiquem alertas às quedas nas coberturas vacinais de rotina, especialmente da febre amarela, pelo momento vivenciado. 

 Nesse contexto, foi reforçada a importância da participação da Atenção Primária Municipal, que deve andar junto com a imunização, para alcançarem objetivos preconizados, por meio de planejamento e organização de ações que identifiquem grupos de pessoas como ciganos, assentamentos, acampamentos, quilombolas. Também foi citada a busca ativa de faltosos, dentre outras estratégias.

 “Foi importante repassar a apresentação sobre ações de imunização para febre amarela visando fortalecer as orientações e acender o alerta sobre as baixas coberturas nesse momento em que há vários casos de epizootias acontecendo em municípios da nossa regional. A a vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre amarela”, ressaltou Iolanda Santos”. A referência técnica também reforçou: “O SUS oferta vacina contra a doença, podendo a população se dirigir ao posto de saúde mais próximo de sua casa para verificar a disponibilidade da mesma e garantir sua imunidade”.

 A doença

A febre amarela é uma doença viral aguda, imunoprevenível, transmitida ao homem e aos primatas não humanos (macacos), por meio da picada de mosquitos infectados. Possui dois ciclos de transmissão: silvestre, quando há transmissão em área rural ou de floresta, e urbano.

O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Em áreas de mata, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes. Já nas áreas urbanas, o vetor do vírus é o Aedes aegypti.

A epizootia é um conceito utilizado na saúde pública veterinária para qualificar ocorrência de determinado evento em um número de animais ao mesmo tempo e na mesma região, podendo levar ou não à morte.

O município com epizootia confirmada foi: Icaraí de Minas. Já os municípios com epizootias em investigação, são: Ubaí, Luislândia e Brasília de Minas. Os demais Municípios estão em alerta pois são limitrofes aos Municipios investigados.

Arboviroses

Em continuidade das estratégias de combate à febre amarela, foi realizado no dia 20/9, a 4ª reunião do Comitê de Enfrentamento das Arboviroses da GRS Januária, de forma híbrida, com objetivo de apresentar os dados de epizootias em área urbana e informação da aplicação de fumacê nos municípios afetados.

A referência técnica de dengue, Marcus Oreste Monteiro Costa, relatou que a Regional vai receber força-tarefa a partir do dia 21/9 para prestar apoio na aplicação de fumacê nos municípios de Ubaí e Luislândia, além de orientações para os agentes de saúde e endemias dos municípios.

Os municípios também irão receber equipe do Nível Central que, juntamente com os técnicos da Regional de Januária, vão realizar trabalhos em campo para realização de entomologia (captura de mosquitos) na zona rural dos municípios limítrofes para estudo e pesquisa viral. Também será realizada limpeza urbana e disseminação do carro fumacê, assim como alerta aos municípios para evitar o adoecimento de humanos.

O fumacê é uma estratégia encontrada pelo governo para controlar as populações de mosquitos, e consiste em passar um carro que emite uma "nuvem" de fumaça com baixas doses de agrotóxico que elimina a maior parte dos mosquitos adultos presentes na região.

A referência técnica de febre amarela, Fernando Maria Magalhães, comentou que as reuniões do comitê são importantes para integrar os vários setores da regional, do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) e dos municípios para alinhamentos e todas as ações referentes às arboviroses (dengue, zika, Chikungunya e febre amarela).

“Neste caso específico, a reunião foi para tratar sobre as ações contra a febre amarela, solicitar a força-tarefa do Estado, assim como a equipe do Nível Central para desempenho do estudo dos mosquitos. Esperamos que possa ser desenvolvido um bom trabalho de combate à febre amarela para que não tenhamos nenhum caso humano, finalizou Magalhães.”

 
 

Por Giuliana Dias Luz