A equipe da Coordenação de Atenção à Saúde (CAS) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, em parceria com a Gestão da Atenção Primária à Saúde (APS) dos municípios de Ponte Nova e Viçosa, promoveu, na última quarta-feira (1/9), plenária virtual junto à Rede de Saberes dos Povos Quilombolas (Rede Sapoqui) e à Escola Família Agrícola (EFA) Paulo Freire, dentro da programação da “XV Festa da Terra e Caravana Tradicional Quilombola na EFA”. O evento contou com a participação da coordenadora de Saúde Indígena e Políticas de Promoção da Equidade em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Luisa Silveira, de lideranças dos povos tradicionais da região, profissionais de educação, gestores de saúde, equipe da SRS, entre outras presenças.

“Tivemos um evento com uma qualidade de discussão de alto nível, tanto do ponto de vista do território e das lideranças locais quanto do ponto de vista do Estado. Foi uma reunião forte e efetiva em relação à política de equidade e à importância das populações tradicionais”, enfatizou a coordenadora da CAS, Nova, Saskia Maria Albuquerque Drumond.

Já no dia 23/8, a CAS e a APS de Ponte Nova realizaram o evento “Roda de Conversa – Reconhecimento de populações tradicionais em meu território”. A videoconferência reuniu coordenadores e equipes da APS dos municípios da área de abrangência da SRS, com foco nas populações quilombolas, ribeirinhas e indígenas.

Conforme Saskia Drumond, a motivação dos encontros se deu pela necessidade de consolidação das políticas de equidade na APS, o que constitui um grande desafio para as equipes municipais. Segundo ela, as populações tradicionais são, muitas vezes, "invisíveis" no território e para o poder público. “É preciso conhecer e reconhecer as diversidades existentes e considerá-las ao realizar os planejamentos locais, principalmente em momentos de crise, como o que estamos vivendo agora no enfrentamento da covid-19. Por isso, decidimos criar esses momentos de reflexão”, destacou.

Para a assessora da APS de Ponte Nova, Nayara Rúbio Campos, a questão da vacinação contra a covid-19 deixou ainda mais evidente a necessidade de reconhecer esse público. “Temos que nos aprofundar nessa questão do território e, ter espaço de diálogo para troca de experiências e conhecimento dos desafios enfrentados, é fundamental”, disse. Segundo ela, a pandemia é um grande problema, mas há outras mazelas existentes e é preciso pensar no que será ofertado a essas populações, pensando sob a ótica de um Brasil com mais equidade em saúde.

De acordo com a referência técnica da CAS, Karen Ségala, a roda de conversa veio com uma proposta de discutir temas importantes, porém com mais leveza e menos carga técnica. “Pensamos em um momento que trouxesse paz, como um respiro em meio à pandemia, com uma condução lúdica e sem excesso de informações”, frisou.

A servidora aposentada da SRS, Vânia Delarazi, contribuiu com sua experiência, já que atuou no antigo Núcleo de Atenção Primária à Saúde (Napris), hoje incorporado à CAS. “A iniciativa não poderia ser melhor e recordei o tempo que trabalhei em um curso de educação popular em saúde. Nessas oportunidades, conseguimos reconhecer o território e nos basear na vivência das pessoas, na cultura, na religiosidade e em várias outras especificidades”, pontuou. Segundo acredita, tais ocasiões são valiosas para o surgimento de ações profícuas para o trabalho nas comunidades. “Destaco também a importância de ver profissionais da Atenção Primária mobilizados e interessados nessa troca de saberes que, consequentemente, culminarão em propostas de promoção à saúde”, finalizou.

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Por Tarsis Murad