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Na sexta-feira, 13/8, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Pouso Alegre, por meio de sua referência técnica de Saúde Indígena, Mauro Benedito Ferreira, representou as Unidades Regionais de Saúde (URS) na Webconferência sobre Saúde Indígena: os desafios do cuidado Intersetorial, diferenciado e o atendimento intercultural. Foram abordadas as experiências exitosas no trabalho junto aoDistrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e às aldeias indígenas.

O objetivo do encontro foi proporcionar um momento inicial de formação para os atores da saúde envolvidos no cuidado da população indígena, abordando as especificidades e histórico, cultura e atravessamentos na concepção de saúde, bem como a organização da assistência à saúde para este público de forma integral, equânime e intersetorial.

 “A reunião é de suma importância, pois enfatiza os aspectos assistenciais relacionados à saúde indígena, organização da assistência prestada pelo DSEI, bem como as especificidades deste atendimento em contexto intercultural da FUNAI, que trouxe os aspectos históricos e culturais e da Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Políticas de Promoção da Equidade em Saúde, trazendo o trabalho da Coordenação e os desafios”, destaca Mauro.

Caldas - Sul de Minas

Entre as experiências exitosas, duas aldeias localizadas no município de Caldas: Xucuru-Kariri e Kiriri. Os Xucuru-Kariri são um grupo indígena oriundo do município brasileiro de Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas, e provêm da união de duas etnias distintas, Xucuru e Kariri. Atualmente, conta com 142 indígenas, sendo liderada pelo cacique Thyeru Jal. Embora ainda haja questões de infraestrutura a serem implementadas, a Aldeia Xucuru-Kariri, de Caldas, conta atualmente com escola, quadra poliesportiva, e posto de saúde próprios e com o apoio do Estado de Minas Gerais e da prefeitura do município para a continuidade das ações e atividades que são necessárias para melhor qualidade de vida dos indígenas.

Os Kiriris são um grupo indígena oriundo da cidade de Muquém do São Francisco, no oeste da Bahia. Chegaram em Caldas em março de 2017, com 24 Indígenas (19 adultos e 5 crianças). Despejados em 2017, quando foram enviados pelo governo de Minas Gerais para uma terra em Patos de Minas. Em 2019, retornaram para Caldas e criaram a Associação Indígena Kiriri, um passo importante para os indígenas.

Em 2021, uma lei foi aprovada autorizando o Poder Executivo do Estado a doar à União o terreno ocupado pelo povo indígena da tribo Kiriri, no município de Caldas.

Alguns dos Kiriri são professores, formados em pedagogia indígena, incluindo a Carliusa Ramos, esposa do Cacique, Adenilson de França Santos.  Graças a esta formação, a tribo conquistou uma escola local com seus próprios professores.Como afirmou o cacique Adenilson, “os Kiriri não são índio inventado, os Kiriri são índio de origem, de história, se esquecermos nossas tradições, esquecemos tudo na vida”.

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Por Otávio Coutinho Meyer Fernandes