Nesta segunda-feira, 5, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros comunicou aos 54 municípios que integram a sua área de atuação a prorrogação da 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe Influenza, até o término do uso de todo o estoque de vacinas já repassado às secretarias municipais de Saúde. A campanha terminaria na próxima sexta-feira, mas a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) recomenda aos municípios que a partir desse dia os trabalhos sejam prorrogados com a ampliação do público a ser imunizado.

A decisão do Ministério da Saúde (MS) de prorrogar a vacinação leva em conta o fato de que as coberturas vacinais estão baixas e heterogêneas em todo o país. Isso “pode levar a formação de bolsões de pessoas não vacinadas contra a influenza, favorecendo o aparecimento da doença e suas complicações, em especial nos grupos de maior risco”, alerta o MS.

A coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explica que a partir de sábado a vacinação contra a gripe será ampliada para a população em geral, com idade a partir de seis meses. O objetivo é reduzir os casos graves de gripe, evitando o aumento das demandas de atendimento nas unidades de saúde e nos hospitais.

Créditos: Divulgação SES-MG

Dados da campanha registrados no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), até 28 de junho, apontam que, das 79,7 milhões de pessoas que devem ser vacinadas nas três etapas, até o momento foram imunizadas pouco mais de 39 milhões 155 mil pessoas, o que perfaz 37,9% de cobertura vacinal.

A meta era de que a campanha alcançasse, no mínimo, 90% dos públicos prioritários. Dentre os grupos com as mais baixas coberturas estão as crianças (61,9%); gestantes (52,7%); puérperas (57,7%) e idosos (47,5%).

No Norte de Minas, entre abril e o início deste mês, 223.167 pessoas foram vacinadas contra a gripe, tendo a cobertura vacinal alcançado 57,15%. Dos 54 municípios que compõem a área de atuação da SRS Montes Claros, apenas dois já alcançaram cobertura vacinal acima de 90%: São João do Pacuí, 118,3% com vacinação de 2.258 pessoas, acima do público inicialmente estimado pelo MS; e Pai Pedro, 96,5%.

Outros três municípios estão com cobertura vacinal acima de 80%: Gameleiras, Lagoa dos Patos e Ninheira. O SI-PNI também contabiliza seis municípios com cobertura vacinal contra a gripe acima de 70%: Botumirim, Catuti, Cristália, Guaraciama, Montezuma e Vargem Grande do Rio Pardo.

Em Montes Claros, onde o MS estimava que 143.574 pessoas integrantes dos grupos prioritários deveriam ser vacinadas contra a gripe, foram aplicadas 82.403 doses de vacinas. Com isso, a cobertura vacinal na maior cidade do Norte de Minas está em 55%.

Público-alvo

Agna Menezes reforça que as pessoas que fazem parte do público-alvo da campanha e ainda não foram se vacinar devem procurar uma unidade de saúde para se proteger contra a gripe. A escolha dos grupos prioritários considera as pessoas que podem desenvolver formas mais graves da doença e a preocupação é ainda maior no inverno.

Fazem parte dos grupos prioritários: pessoas acima dos 60 anos; professores; crianças de seis meses a menores de seis anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias); gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto); povos indígenas; trabalhadores da saúde; pessoas com comorbidades e outras condições clínicas especiais; deficientes físicos permanentes; caminhoneiros; trabalhadores do transporte coletivo rodoviário, urbano e de longo percurso; trabalhadores portuários; membros das Forças de Segurança, Salvamento e das Forças Armadas; funcionários do sistema de privação de liberdade e população privada de liberdade.

Como duas campanhas de vacinação, da gripe e da covid-19, são realizadas ao mesmo tempo, a orientação do MS é para que a vacinação contra o novo coronavírus seja priorizada nos grupos prioritários.

Assim, a população-alvo da vacinação contra gripe e que ainda não recebeu doses contra a covid-19, deve receber antes a vacina covid-19 e fazer o agendamento da aplicação da vacina influenza, respeitando um intervalo mínimo de 14 dias entre elas.

Por Pedro Ricardo