Com o objetivo de oferecer suporte a projetos de pesquisa que sejam em benefício e de interesse da saúde pública em âmbito nacional, o Biobanco da Fundação Hemominas acaba de ser aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), em reunião extraordinária.

O estabelecimento e manutenção do biobanco torna possível promover à comunidade científica acesso a amostras biológicas humanas de qualidade, bem como de seus dados associados, atendendo às necessidades atuais e principalmente futuras da pesquisa no Brasil, com uma visão inovadora e em conformidade com os preceitos éticos e regulatórios vigentes.

De acordo com a Resolução CNS Nº 441, de 12 de maio de 2011, que estabelece diretrizes para o armazenamento e utilização de material biológico humano com finalidade de pesquisa, um biobanco consiste em uma coleção organizada dessas amostras e suas informações associadas, coletadas e armazenadas, conforme regulamento ou normas técnicas, éticas e operacionais pré-definidas, sob responsabilidade e gerenciamento institucional, sem fins comerciais. Trata-se de uma área controlada (acesso de pessoas, temperatura, automação, etc), dispondo de uma equipe administrativa e técnica. O biobanco da Fundação Hemominas ficará alocado no Serviço de Pesquisa e conta com uma equipe multidisciplinar para operacionalização e gerenciamento.

Biobanco Hemominas2. Foto Adair Gomez

Para a presidente da Hemominas, Júnia Cioffi, o biobanco vem consolidar a Fundação como uma instituição de Inovação, Ciência e Tecnologia e ampliar o número de produtos de serviços inovadores oferecidos nas áreas de hematologia, hemoterapia, células e tecidos, contribuindo cada vez mais para a excelência dos serviços prestados à população. Sua implementação segue tendência mundial e é uma iniciativa da Gerência de Desenvolvimento Técnico-Científico e da Diretoria Técnico-Científica da Fundação Hemominas.

No Reino Unido, a Universidade de Oxford criou o maior biobanco do mundo, com dados de aproximadamente 500 mil pessoas com idade entre 40 e 69 anos. No Brasil, várias instituições já organizaram seu biobanco. Atualmente, existem 56 deles credenciados no Brasil, sendo seis em Minas Gerais. O Biobanco da Hemominas será o primeiro do Brasil vinculado especificamente a um hemocentro, no caso, o Hemocentro de Belo Horizonte (HBH).

Pesquisa e inovação
A implantação do Biobanco da Fundação é de grande relevância para o desenvolvimento científico e tecnológico, pois subsidiará estudos futuros nas áreas das ciências biológicas e biomédicas. Esses estudos poderão, por exemplo, aumentar a compreensão sobre o prognóstico, diagnóstico, causa, tratamento e prevenção de doenças, sobretudo, mas não exclusivamente, nas áreas de hematologia e hemoterapia.

Para Luciana Boy, gerente do Biobanco, “o importante é preservar as características das amostras seguindo protocolos seguros de armazenamento, além de garantir a veracidade, o sigilo e a confidencialidade das informações pessoais e clínicas da pessoa que forneceu o material biológico”.

A constituição do biobanco propiciará uma maior agilidade na realização de projetos de pesquisa, graças à disponibilidade imediata das amostras biológicas e dados a elas associados, além de reduzir gastos na coleta e processamento. A iniciativa pretende, ainda, aumentar as possibilidades de parcerias com outras instituições de ciência, tecnologia e inovação.

Por Ascom Hemominas