A desospitalização, eixo muito importante da Rede de Urgência e Emergência, diante do contexto do novo coronavírus, expressa a necessidade de se fortalecer cada vez mais. O serviço é essencial não apenas para otimizar a rotatividade dos leitos e impactos financeiros e sociais, como também preservar a vida do paciente e seus familiares. Dois principais motivos sobressaíram nesta pandemia para a mudança do modelo hospitalocêntrico e o fortalecimento da Atenção Domiciliar: o paciente que está internado ter condições para continuar o tratamento em domicílio sem mais riscos de exposição ao vírus e aqueles que são acompanhados em casa permanecer nesta linha de cuidado, evitando o retorno ao ambiente hospitalar.

Crédito: Lilian Cunha

Para alinhar o fluxo de comunicação entre municípios, hospitais e familiares dos pacientes para ampliar a desospitalização, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) por meio das Regionais de Saúde de Ituiutaba e Uberlândia, em parceria com o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (COSEMS/MG) do Triângulo do Norte promoveram reunião virtual no dia 24 de julho.

A coordenadora da Atenção à Saúde da Regional de Uberlândia, Júlia Vieira Ione, reforçou a necessidade de reuniões contínuas para que haja a rotatividade de pacientes na atenção terciária e para não sobrecarregar o sistema de saúde público hospitalar, principalmente no atual cenário. “Nos últimos meses avançamos muito na desospitalização aqui no Triângulo do Norte. É um processo contínuo que deve ser muito bem trabalhado, articulado e aprimorado com todos os atores envolvidos”, destacou a coordenadora.

Atenção Primária e o “Melhor em Casa”

Os pacientes desospitalizados são acompanhados nos municípios pelas equipes de Atenção Primária, tendo suporte do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) onde há o Melhor em Casa habilitado. No ano de 2019, apenas Uberlândia e Monte Carmelo tinham o serviço ativo, e nos últimos meses mais cinco municípios implantaram formalmente o SAD.

O secretário de saúde de Monte Alegre de Minas e presidente do COSEMS Regional de Uberlândia, Gustavo Vasconcelos Tannus, pontuou que a integração regional e o acesso à tecnologia facilitaram, inclusive que municípios menores, mesmo sem SAD, não tenham grandes entraves para acolher assistencialmente os pacientes e que seja transmitida segurança aos familiares. “O Consórcio Público Intermunicipal de Saúde do Triângulo Mineiro (CISTM) está finalizando a ata de registro de preço dos medicamentos mais utilizados para que os municípios tenham acesso qualificado ao processo de aquisição dos mesmos. Outro ponto positivo que passa confiança para os técnicos municipais é a possibilidade do uso de equipamentos que utilizam o telemonitoramento”, ressaltou o secretário de saúde.

 

Por Lilian Cunha