O secretário adjunto de Estado de Saúde de Minas Gerais, Marcelo Cabral, e o chefe de Gabinete da SES-MG, João Pinho, concederam coletiva no início da tarde desta quarta-feira (24/6), quando apresentaram o cenário epidemiológico da covid-19 em Minas, bem como as ações do Governo do Estado na prevenção e enfrentamento ao coronavírus. No Boletim Epidemiológico de hoje, foi confirmada a morte de uma criança de 8 anos em decorrência da doença. O isolamento adequado foi lembrado como medida essencial para que haja menor transmissão do coronavírus.
Na ocasião, Cabral se solidarizou junto aos familiares da criança, lembrando ainda que houve recorde de óbitos registrados (51) em relação ao informe anterior. “É muito triste termos que noticiar o falecimento dessa criança. É algo que entristece a todos nós. Nos solidarizamos com todos aqueles que perderam seus entes queridos e, em particular, a esses pais que perderam sua criança”, declarou. No momento, há 31.343 casos confirmados, dos quais 12.317 estão em acompanhamento, 18.255 são pacientes recuperados. Foram contabilizados 771 óbitos.
Com relação às medidas de enfrentamento da epidemia, Marcelo Cabral lembrou que o Estado vem conseguindo postergar um esgotamento da capacidade de ampliação de leitos na rede de saúde. “Nós temos conseguido ampliar essas unidades, o trabalho é feito constantemente em relação a essa ampliação nos hospitais”. Atualmente, estão cadastrados no SUS fácil e com produção 12.928 leitos clínicos e outros 2.964 de UTI. A taxa de ocupação geral na terapia intensiva está em 90,36% e nos leitos clínicos está em 74,57%.
O secretário adjunto também lembrou o diálogo junto a prefeitos e secretários municipais de saúde em busca de níveis adequados e padronizados de isolamento e distanciamento social. “Nós temos, por um lado, o objetivo de minimizar esses impactos, sempre olhando as regiões de uma maneira técnica, para que a gente possa em eventual aumento dos números de casos e ocupação de leitos, que possamos fazer o enfrentamento adequado”. Marcelo Cabral mencionou que os protocolos em relação à adoção de lockdown passam por ajustes normativos e logísticos dentro da Secretaria, mas que a intenção é que não seja necessário recorrer a medidas mais drásticas.
O gestor comentou um eventual movimento no interior que possa indicar relaxamento nas medidas de controle. Lembrou que sem ações, inclusive na esfera individual, os esforços para ampliação da rede de saúde não serão suficientes. “No âmbito do Plano Minas Consciente, na região Noroeste, por exemplo, já houve movimento para trás, adotando-se a Onda Verde, que só permite serviços essenciais, conforme o que foi verificado em indicadores”.
Telemedicina
O chefe de Gabinete da SES, João Pinho, lembrou o aplicativo disponibilizado pelo Governo de Minas Gerais, o Saúde Digital MG, para que as pessoas busquem orientação em caso de sintomas. “Para os casos leves, orientamos o uso do aplicativo. A pessoa responde um questionário bem rápido e posteriormente se faz uma triagem para identificar se a pessoa deve ou não buscar atendimento. O próprio mecanismo faz um agendamento online com médico da Fhemig e temos uma consulta gratuita à disposição da população. Estamos em período de inverno, com gripe, outros vírus respiratórios, pode haver dúvidas da pessoa sobre o que ela está sentindo, então nós orientamos a utilização do aplicativo. ”
Pinho lembrou que se os sintomas forem muito diferentes da covid-19, o aplicativo já é capaz de descartar a suspeita de infecção pelo coronavírus. Em caso, no entanto, de quadro similar à doença, mas com menor intensidade, é possível fazer uma consulta, on-line e em casa. “Para aqueles que não têm o acesso facilitado a celulares ou internet, é possível cadastrar também outra pessoa para atendimento, por exemplo, um neto que busca atendimento para o avô ou avó, para um amigo, entre outras situações”. Na hipótese de identificação de uma situação mais grave, a pessoa tem indicação de procurar uma unidade de saúde.
Transmissão
O chefe de Gabinete também explicou os indicadores de transmissão da doença, o R0 e Rt. O R0 é uma medida relacionada ao monitoramento ao longo da pandemia. Já o Rt dá uma ideia do grau de transmissão da doença no momento. Atualmente, esse índice em Minas é de 1,04. “Quando o indicador está abaixo de 1, então temos uma transmissão mais branda. Entre 1 e 1,2, temos um ponto de atenção e executar o distanciamento. De maneira geral, estamos próximos do limiar mais adequado. O dado deve ser acompanhado constantemente. Nesse patamar, conseguimos ter controle”, finalizou.