As equipes da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) atualizam semanalmente as projeções relacionadas à covid-19 no estado. E, nesta quarta-feira (03/06), em coletiva virtual realizada na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, explicou alguns pontos sobre esse trabalho.

Fotos: Gil Leonardi

De acordo com o secretário, no início de março, tinha-se um banco de dados com os casos registrados no Brasil, bem como a tendência nacional no que se referia à pandemia. Como Minas Gerais ainda não apresentava um número significativo de casos de covid, era feita uma projeção baseada no número de casos do Brasil, mas com a população de Minas Gerais. “Isso nos dava uma ideia do quantitativo de casos que nós teríamos e também do momento em que teríamos o pico da doença. Posteriormente, passamos a fazer um ajuste semanal nessas análises e, tal ajuste nos trouxe uma interferência grande, que foi o isolamento praticado em Minas Gerais. Essa estratégia mudou consideravelmente a quantidade de casos projetados e também a data em que teríamos pico da doença”, pontua Carlos Eduardo Amaral.

Com o passar do tempo, Minas Gerais passou a ter um quantitativo de casos mais significativo, o que tornou possível uma análise mais precisa do cenário mineiro. “Dessa forma, começamos a acompanhar Minas Gerais com a tendência dos casos de Minas Gerais. Ou seja, a população do estado dentro de uma tendência mineira. Então, nós passamos a ter outras projeções, mais precisas e mais confiáveis que as anteriores, uma vez que era mais específica para o estado”, esclarece o Secretário de Estado de Saúde.

Atualmente, é feito um acompanhamento predominantemente da projeção de Minas Gerais, com a tendência Minas Gerais. De acordo com Carlos Eduardo Amaral, neste contexto, a estimativa de pico é para meados de julho. “As projeções são uma importante ferramenta de gestão, pois nos dão uma ideia de onde e quando devemos interferir.

Ampliação da testagem

No que se refere à testagem para covid-19, há a rede pública e privada. Carlos Eduardo Amaral explica que na rede pública existe um rigor quanto à indicação para testagem. Atualmente, enquadram-se nessa indicação os casos de pessoas que ficaram internadas com suspeita da covid, casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ou de pessoas internadas em terapia intensiva com suspeita da covid, profissionais da saúde, profissionais da segurança pública, restritos de liberdade, asilados e a população indígena.

Já na rede privada, não há indicações dessa forma. Além de atender hospitais privados, os laboratórios particulares também atendem à demanda espontânea de consultórios que apresentam a solicitação da testagem. “Por isso, naturalmente, a rede privada tende a ter um espectro maior de testagem. Hoje, nós temos testados na rede pública 22.443 casos e, na rede privada, 28.823 casos. Entendemos ser possível que a rede privada continue aumentando o número de testes, uma vez que contam com uma flexibilidade maior no sentido da indicação para testagem”, pontua o Secretário de Estado de Saúde.

Ainda de acordo com Carlos Eduardo Amaral, a rede pública vem ampliando as indicações de testagem. “Inicialmente, não havia indicação para todos os profissionais da segurança pública (apenas para os sintomáticos), para os restritos de liberdade e para os asilados. Então, à medida que tivermos cada vez mais segurança do não desabastecimento de testes, nós iremos ampliando os públicos possíveis de serem testados”, destaca o secretário.

Fotos: Gil Leonardi

Quanto ao aumento registrado no número de casos de covid-19, Carlos Eduardo Amaral pontua que, de fato, Minas Gerais segue num caminho de aumento, uma vez que esse é o curso natural de uma epidemia. “O número de casos somente irá baixar se tivermos um isolamento social muito significativo ou se chegarmos ao topo, quando praticamente 60% da população já tiver sido contaminada, gerando, assim, um mecanismo de barreira através da chamada imunidade de rebanho”.

O Secretário esclarece, ainda, que o aumento de testagem também trouxe um aumento significativo no número de casos confirmados.

Alinhamento entre SES e municípios

Durante a coletiva, o chefe de Gabinete da SES-MG, João Pinho, falou sobre o alinhamento de ações e conduta realizado entre o Estado e os municípios frente à covid-19. “Iniciamos na semana passada uma série de reuniões com as macrorregionais, com o objetivo de sensibilizar cada uma das regiões, e trazê-las para o distanciamento entendido como adequado neste momento. Sabemos que existem realidades locais, mas, nessas conversas, desenvolvemos um direcionamento conjunto e buscamos entender qual a melhor forma de agir frente à situação naquela região de forma mais efetiva”, esclarece João Pinho.

Aplicativo Saúde Digital

Minas Gerais conta, hoje, com serviço de telemedicina, que pode ser acessado através do aplicativo Saúde Digital MG Covid-19. Por meio desse app, o usuário pode fazer uma checagem pessoal baseada em inteligência artificial. Essa checagem servirá para dar uma ideia se é um caso possível de covid ou não. A partir do resultado, o próprio aplicativo já direciona o usuário.

O app, que já está disponível para androides e, a partir da próxima semana, também para IOS, permite que a mesma pessoa faça a checagem mais de uma vez. Isso nos dá um acompanhamento das pessoas.

“Gostaria de pedir que todos baixem o aplicativo e façam uma checagem, uma vez que isso nos dará uma ideia de amostragem importante neste momento”, orienta o Secretário de Estado de Saúde.

Por Fernanda Rosa