O vírus do sarampo circula novamente no Brasil desde fevereiro de 2018. A doença que chegou a ser considera erradicada no país, acometeu 29.233 pessoas e levou 30 pessoas a óbito no país, segundo dados do Ministério da Saúde de março de 2020. Em Minas Gerais, em 2020, já foram confirmados sete (7) casos da doença.
Confira aqui dados do sarampo no estado: https://saude.mg.gov.br/component/gmg/story/12554-boletim-epidemiologico-do-sarampo-24-04-2020
Por isso, para proteger os mineiros e controlar os possíveis surtos da enfermidade, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), sob recomendação do Ministério da Saúde, promove a Campanha Nacional de Vacinação Indiscriminada contra o Sarampo no período de 23 de março a 30 de junho de 2020. Esta será a quarta fase da campanha e terá como público-alvo os adultos de 20 a 49 anos de idade.
A vacinação contra o sarampo será realizada independentemente da situação vacinal das pessoas na faixa etária preconizada, ou seja, todos aqueles que se incluem neste público devem se vacinar. A meta é imunizar certa de 8.964.626 pessoas em Minas Gerais.
“É importante alertar as pessoas quanto à importância da vacinação contra o sarampo visto que a doença é grave e de alta transmissibilidade. A responsabilidade da vacinação deve ser compartilhada entre União, Estado e Município, profissionais de saúde e toda a população. Para evitar a circulação do Sarampo no Estado é necessária a manutenção de altas e homogêneas coberturas vacinais e para isso é preciso que todos mantenham o cartão de vacina atualizado”, explica coordenadora estadual do Programa de Imunizações da SES-MG, Josianne Dias Gusmão.
A estratégia do Ministério da Saúde é que as pessoas sejam atendidas no período da campanha contra a Influenza por demanda espontânea para não causar aglomerações nas Unidades de Saúde, visto que o país vivencia um cenário de pandemia de Covid-19. Após o dia 5 de junho, data de encerramento da vacinação contra a gripe, a campanha contra o sarampo será intensificada para a faixa de idade de 20 a 49 anos de idade.
“Desta forma, a vacinação contra o sarampo deve ser realizada em todas as salas de vacina do estado e os serviços de saúde deverão aproveitar a oportunidade em que este público comparece aos postos para acompanhar crianças, idosos e outros usuários que fazem parte dos grupos prioritários para vacinação contra influenza. Com isso, é necessário que todos os setores do serviço de saúde estejam envolvidos e sensibilizados para a identificação e captação do público- alvo para a vacinação contra o sarampo”, explica a coordenadora de imunização.
Campanhas de imunização
A vacina contra o sarampo integra o calendário de rotina do Ministério de Saúde e está disponível o ano todo nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em três apresentações: Dupla viral, que protege do vírus do sarampo e da rubéola; Tríplice viral que protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola e a Tetra viral que protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora). Todas previnem o sarampo e cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina adequada para cada um, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.
Com o objetivo de interromper a transmissão do sarampo, eliminar a circulação do vírus e garantir altas coberturas vacinais, o Ministério da Saúde traçou uma estratégia nacional de vacinação indiscriminada. As duas primeiras etapas já ocorreram em 2019, com a realização de campanha de vacinação nacional, em outubro, de crianças de seis meses a menores de 5 anos de idade. A segunda etapa aconteceu em novembro para a população de 20 a 29 anos.
Dando continuidade às ações em 2020, nos dias 10 de fevereiro a dia 13 de março, a vacinação teve como público-prioritário crianças e jovens entre 5 e 19 anos, que não eram vacinados ou que não tinham o esquema de vacinação completo. Esta fase foi realizada de forma seletiva, ou seja, foram respeitadas as indicações do Calendário Nacional de Vacinação, a partir da avaliação da caderneta de vacina deste público.
“Fora da Campanha ou durante a rotina, considera-se vacinada a pessoa que comprovar duas doses das vacinas com componente Sarampo, dos 12 meses até os 29 anos ou uma dose dos 30 aos 59 anos. Profissionais de saúde, independente da idade, precisam comprovar duas doses da vacina tríplice viral. Atualmente todas as crianças de seis (06) a 11 meses de idade devem ser vacinadas contra o sarampo em todo o país com uma dose extra, chamada de ‘dose zero’”, explica Josianne.
Cobertura vacinal
Atualmente, a cobertura vacinal no estado, de 1997 a 2020, está em torno de 66,05% para a primeira dose da vacina. Para a segunda dose, a cobertura vacinal para o mesmo período está em torno de 53%. Veja abaixo gráfico com a cobertura por faixa etária:
Cobertura vacinal acumulada (1997 – 2020 ) do estado de Minas Gerais – Dose 1
Cobertura vacinal acumulada (1997 – 2020) do estado de Minas Gerais – Dose 2
A doença
O vírus sarampo ainda circula em grande quantidade em várias regiões da Europa e da América. Devido às migrações e as viagens internacionais, o vírus foi importado e voltou a circular no país desde fevereiro de 2018. A baixa imunização da população brasileira, que vem decaindo nos últimos anos, também contribuiu para a volta da circulação do vírus.
A transmissão da doença ocorre diretamente de pessoa a pessoa, através de gotículas do nariz, boca ou garganta de pessoas infectadas pelo vírus. Os acometidos pela doença podem evoluir com complicações graves, incluindo encefalite, pneumonia e morte, principalmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.
Pessoas acometidas pela doença apresentam febre, manchas avermelhadas pelo corpo (exantemas), tosse, coriza, conjuntivite (olhos vermelhos e lacrimejantes), fotofobia (sensibilidade à luz) e pequenas manchas brancas dentro da boca (manchas de Koplik).
Saiba mais sobre o sarampo clicando aqui https://www.saude.mg.gov.br/sarampo