Durante entrevista virtual concedida na tarde desta quarta-feira (15/4), na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, o secretário de Estado de saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, juntamente com o secretário adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, apresentou as informações relacionados ao enfrentamento da Covid-19 e o cenário epidemiológico dos casos da doença no Estado. Segundo o Informe Epidemiológico, publicado na manhã desta quarta, Minas já contabiliza 903 casos confirmados, sessenta e três (63) óbitos em investigação, 222 óbitos descartados e trinta (30) óbitos confirmados.  

Crédito: Pedro Gontijo

Durante o seu pronunciamento, o Secretário reforçou a importância do isolamento social para o efetivo controle da expansão do vírus e aumento do número de casos. Ele também comunicou sobre o início da 2ª etapa da campanha de vacinação contra a Influenza, que começa amanhã (16/4) em todo o Estado.  "A campanha de vacinação está em andamento. Além dos grupos que já fazem parte das campanhas de imunização, os caminhoneiros, profissionais que trabalham no transporte coletivo e portuários, também serão cobertos nessa etapa", explicou.

Ainda, segundo o Secretário, "os caminhoneiros, pela própria natureza da profissão de estar sempre em trânsito e expostos, podem procurar uma unidade de saúde em qualquer município, para receber a dose da vacina. Para isso, precisam apenas comprovar que exercem essa atividade laboral para terem acesso à imunização", reforçou.

Profissionais saúde

Segundo o Carlos Eduardo Amaral, os cuidados com os profissionais de saúde são reforçados no Estado, principalmente por ser um grupo que está em contato direto com os portadores da Covid-19. "Estamos acompanhando bem de perto esse grupo, por exemplo. Para os profissionais de saúde que estão acima de 60 anos, recomendamos o afastamento do trabalho, para evitar o risco de contato com a Covid-19. Os demais profissionais estão sendo acompanhados cotidianamente. Todo profissional de saúde, que apresenta quadro gripal com suspeita de Covid, será afastado das suas funções e é testado para o Coronavírus. Além disso, recomendamos a utilização da proteção individual ", esclareceu.

Ainda em relação aos profissionais de saúde, o secretário esclareceu sobre a gratificação temporária para contratação de recursos humanos para o enfrentamento da Covid-19 no Estado. "Diante dessa situação do coronavírus percebemos a necessidade de contratação e recomposição de recursos humanos para os hospitais da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). Diante disso, fizemos um chamamento público para todas as classes de profissionais e tivemos o preenchimento de quase todas as vagas, com exceção às vagas de médicos. O motivo da não adesão era que o salário ofertado estava diferente dos valores praticados nos demais hospitais públicos e privados. Baseados nisto, fomos forçados a fazer um ajuste nos valores, o que gerou uma gratificação temporária, para que tenhamos recursos humanos, do ponto de vista da formação médica. Esse ajuste é necessário para que tenhamos a condição de contratar médicos para o enfretamento da Covid-19", esclareceu.

Ampliação de leitos

Sobre a ampliação de leitos e hospital de campanha, o secretário esclareceu que, no último levantamento realizado pela SES-MG, foi identificado no Estado mais de 5900 leitos desocupados. "No momento não há motivo para criação de mais um hospital de campanha, já que temos, no momento, esse quantitativo de leitos disponíveis em unidades hospitalares já prontas. Se houver necessidade de ampliação, iremos ampliar nesses hospitais que já estão em funcionamento, ao invés de construir um outro hospital de campanha. É lógico que isso depende  da evolução da epidemia e dos casos da doença nas diversas regiões do Estado. Mas nesse momento não há necessidade", esclareceu.

Flexibilização do isolamento 

Ao abordar sobre as medidas de isolamento, o secretário adjunto, Marcelo Cabral, afirmou que o Estado de Minas vai seguir a recomendação baseada em evidências científicas e nos resultados das projeções.  "É importante destacar que é o isolamento social que faz com que as pessoas se protejam. O que recomendamos, independente de questões legais e determinações, é que o distanciamento e isolamento social são estratégias que definitivamente protegem às pessoas no enfrentamento ao coronavírus", pontou.

Cabral reforçou, ainda, que os exames realizados por laboratórios que não são credenciados pela rede pública precisam, primeiramente, serem homologados pela Funed. "É importante destacar que a Covid-19 é uma doença de notificação compulsória, ou seja, precisa ser informada, obrigatoriamente, aos órgãos de saúde, de que se trata de um caso referente ao coronavírus. Para isso, esses laboratórios precisam passar pela aprovação da Fundação", finalizou.

Por Míria César