O Sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível, altamente contagiosa e comum na infância. A doença começa inicialmente com febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo), sintomas respiratórios e oculares.
No quadro clínico clássico, as manifestações incluem tosse, coriza, rinorréia (rinite aguda), conjuntivite (olhos avermelhados), fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral). A evolução da doença pode originar complicações infecciosas com amigdalites (mais comum em adultos), otites (mais comum em crianças), sinusites, encefalites e pneumonia, que podem levar à óbito. As complicações frequentemente acometem crianças desnutridas e menores de um ano de idade.
A transmissão ocorre de pessoa a pessoa por meio de secreções (ou aerossóis) presentes na fala, tosse, espirros ou até mesmo respiração. Na presença de pessoas não imunizadas ou que nunca apresentaram sarampo, a doença pode se manter em níveis endêmicos, produzindo epidemias recorrentes.
Desde o início do ano foram confirmados 99 casos de sarampo. Quatro desses casos ocorreram no primeiro trimestre e a cadeia de transmissão foi contida. A partir de junho de 2019 (SE 23 a 45), o número de casos suspeitos aumentou, totalizando 1766 notificações provenientes de 250 municípios no estado. Desses, 1103 (62,15%) foram descartados, 568 (32,1%) estão em investigação e 95 (5,4%) casos foram confirmados, sendo detectados novos casos e cadeias de transmissão da doença.
Os quatro (4) casos confirmados no primeiro trimestre foram de residentes dos municípios de Belo Horizonte, Contagem e Betim, tendo essa cadeia, como caso índice, um viajante da proveniente da Europa (mais detalhes nos boletins anteriores).
Os primeiros 70 casos confirmados no estado, a partir do período epidemiológico de junho, foram relacionados à importação do vírus de doentes que estiveram no estado de São Paulo ou por contato direto com doentes provenientes das cidades de São Paulo (SP). A partir das investigações realizadas pelas vigilâncias locais nas últimas semanas, vêm sendo detectados casos sem vínculo com importação.
Seguindo orientações do Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realiza, entre os dias 07/10 e 30/11, a Campanha de Vacinação contra o Sarampo no estado. Neste ano, a estratégia de vacinação está sendo realizada em duas etapas, que contemplam os grupos mais acometidos pela doença, com o objetivo de interromper a circulação do vírus do sarampo no Brasil.
Ao longo da primeira etapa, que foi de 07/10 a 25/10, foi realizada vacinação das crianças de seis meses a menores de cinco anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias) não vacinadas e o Dia D de Mobilização ocorreu em 19/10.
Já na segunda etapa, a ser realizada de 18/11 a 30/11, será o momento para os jovens adultos, com idade entre 20 e 29 anos, se vacinarem. Para essa fase, o Dia D de Mobilização está marcado para 30/11.
No Estado de Minas Gerais a cobertura vacinal das vacinas tríplice viral e tetraviral em menores de 5 anos de idade atualizada em 29/10/2019 por meio do http://sipni.datasus.gov.br demonstrou que a cobertura vacinal de crianças com uma dose (D1) está em 90,21% e a faixa de idade com maior cobertura é a de 2 anos de idade com 96,90%. A cobertura vacinal de crianças com duas doses (D2) está em 83,25% e a faixa de idade com maior cobertura é a de 4 anos de idade com 90,97% e a menor é a de crianças com 1 ano de idade com 64,60%.
Segunda etapa da campanha
Seguindo orientações do Ministério da Saúde, agora na Segunda Etapa da Campanha, voltada para a faixa etária de 20 a 29 anos, será utilizada como referência para a vacinação a estimativa de não vacinados contra o sarampo entre a faixa etária de 20 a 29 anos e não a cobertura vacinal, como foi feito anteriormente. Isso porque o registro nominal de vacinação é relativamente recente e a maior parte da população de adultos não foi registrada nominalmente no sistema. Assim, a única maneira de se estimar a proporção da população vacinada nesta faixa etária entre 20 e 29 anos é por meio de cortes etários.
Em Minas Gerais, a estimativa de não vacinados dentro dessa faixa etária é de 1.412.123 milhão, sendo 447.650 indivíduos de 20 a 24 anos e 964.473 pessoas entre 25 e 29 anos. É importante ressaltar, ainda, que a vacina tríplice viral está disponível para toda a população, de 6 meses a 49 anos, na rotina dos serviços de imunização.
Ações da SES-MG
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