O Comitê Gestor Estadual de enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zika vírus promoveu na tarde desta quinta-feira (26/09), na cidade Administrativa, em Belo Horizonte, reunião com o intuito de avaliar algumas ações e propostas visando ao enfrentamento das doenças provocadas pelo Aedes e, em especial, a dengue, para a próximo período sazonal dessas doenças. Ficaram estabelecidas as datas de 12 a 14 de novembro para realização do Seminário Estadual de Arboviroses. Além disso, a previsão é de que a campanha de prevenção a essas enfermidades seja lançada no final de outubro.

Crédito: Marcus Ferreira

“Agora é o momento de nos organizarmos, para que estejamos preparados para mitigar os efeitos das arboviroses - dengue, zika e chikungunya – no Estado. Por exemplo, o vírus tipo 02 da dengue ainda deve continuar circulando, o que nos traz preocupações para o próximo ano”, afirmou a diretora de Vigilância de Agravos Transmissíveis, Janaína Fonseca Almeida.

Além disso, a diretora também comentou que apesar do Estado não ter registrado alta incidência da chikungunya, a doença preocupa por conta das condições crônicas que deixa nos pacientes. “Ela é uma doença debilitante, levando ao afastamento da pessoa do trabalho em função da incapacidade gerada pelas dores que ocasiona, que podem durar muitos meses”.

Entre as propostas que foram discutidas na reunião, está a possibilidade de ampliação da metodologia de “ovitrampas”. Essas armadilhas simulam o ambiente para a procriação do Aedes, sendo úteis para monitoramento do mosquito e indicadores de infestação, proporcionando ações de controle mais rápidas. “Atualmente, essa metodologia está presente em 135 municípios. Nós temos a expectativa de adquirir armadilhas em número suficiente para levar a tecnologia a todos os municípios mineiros”, disse a coordenadora do Programa Estadual de Doenças Transmitidas pelo Aedes, Márcia Ooteman.

Em sua apresentação, Márcia Ooteman explicou que houve algumas peculiaridades em relação ao ano de 2019 quanto à transmissão de dengue. “Tivemos mudanças nos padrões de temperatura, que se mantiveram mais altas entre março a maio, e também um aumento nos índices de chuvas nesse mesmo período. Esses são alguns fatores que ajudam a entender o que ocorreu no primeiro semestre do ano”, avaliou.

Crédito: Marcus Ferreira

A coordenadora também abordou as propostas de aquisição de inseticidas que permitem a aplicação dentro dos imóveis, reposição e manutenção dos equipamentos de Ultra Baixo Volume (UBV), cooperação com Consórcios Intermunicipais de Saúde visando a capacitação de profissionais, assistência a pacientes e realização de exames. “Nós estamos buscando incorporar formas de intervenção que nos permitam uma resposta mais ágil e também otimização de recursos”, analisou.

Participaram da reunião representantes da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e Cemig.

Situação em Minas

Em 2019, segundo dados atualizados até 09/09, Minas Gerais registrou 474.693 casos prováveis (confirmados e suspeitos) de dengue, e 132 óbitos. Em relação à Febre Chikungunya, o Estado contabiliza 2.632 casos prováveis da doença em 2019. Em 2019, até o momento, foi confirmado 1 (um) óbito para chikungunya do município de Patos de Minas. Já em relação à Zika, foram registrados 834 casos prováveis da doença em 2019.

Outras informações estão disponíveis em: www.saude.mg.gov.br/aedes

Por Ramon Santos